A pesquisa online em evolução... o textual passa a visual e comportamental

A pesquisa é cada vez mais comportamental e os "players" sabem-no. É claro que a motivação desses "players" vem do "revenue" gerado pelos "links" pagos, mas o vencedor será, também, o próprio utilizador

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Muitos ainda se lembrarão de nomes como Lycos, Altavista, Excite, InfoSeek, WebCrawler ou Dogpile, mecanismos de pesquisa [ver timeline] que apareceram na primeira metade da década de 90 (se calhar, acedidos via um browser “Mosaic”, “Arena” ou “Netscape”). Em comum, uma caixa de texto e um botão que permitia aceder a uma lista de resultados de pesquisa. Alguns, tinham na "homepage" uma árvore de temas, que permitia aceder a conteúdos filtrados por tema.

O aparecimento do AskJeeves, em 1996, apresenta a primeira aproximação alternativa à pesquisa por palavra (ou “keyword”), a pesquisa feita por questão.

Mas a evolução exigida nos nossos dias vai muito mais além... a substituição da palavra pela imagem, a substituição de uma lista de resposta por um gráfico, infografia ou rede de resultados é o que se vê no horizonte. A Google está alerta e tem o seu Knowledge Graph [ver link] em crescimento, mas o crescimento do Bing e a entrada de um novo player, o Facebook, no mercado da pesquisa, leva-nos a crer que as alterações serão paradigmáticas e a breve prazo.

A apresentação do Facebook Graph Search [ver link para demonstração] remete para uma pesquisa semântica de resposta gráfica e imediata.

Exemplos de uma pesquisa seriam:

- “Fotos minhas de antes de 1990” (exemplo da imagem acima)

- “Amigos meus que gostam de U2 e Awolnation”

- “Pessoas com quem falei no grupo de Política e Responsabilidade Social”

- “Fotos que publiquei com o meu amigo Nuno Miguel” ou “Fotos que ele publicou”

- “Mensagens que enviei sobre anúncio de venda do carro”

A pesquisa é cada vez mais comportamental e os "players" sabem-no. É claro que a motivação desses "players" vem do "revenue" gerado pelos "links" pagos (fonte de receita nº1 do Google, como se sabe), mas o vencedor (se assim se pode chamar) destas disputas pela liderança do mercado das pesquisas será, também, o próprio utilizador.

Assim como a categorização em árvore tem vindo a ser substituída pelo "tag" por tema (que pode enquadrar qualquer conteúdo em múltiplos temas e não apenas uma categoria), algo semelhante se passará com a pesquisa: centrar os resultados na escolha de uma palavra-chave deixará de ser obrigatório ou primordial, porque a associação de um evento, artigo, notícia ou pessoa a uma pergunta vai muito para além das palavras que descrevem esse evento, artigo, notícia ou pessoa.

Hoje, embora se fale muito em algoritmia (especialmente com os factores introduzidos pelo social media), o foco maior está na optimização da satisfação da necessidade do utilizador (vivemos quase uma ditadura de UX/UI, user experience e user interface).

É nesse princípio que aparecem modelos alternativos de pesquisa, como por exemplo:

- Wolfram Alpha (conceito inovador em termos de algoritmia e resultados ricos em informação, inclusive com várias métricas de cada resultado),

- NowRelevant (pesquisa altamente virada para o presente e passado muito recente),

- SocialMention (orientada para conteúdos existents em social media, blogues, fóruns, etc.),

- DuckDuckGo (que se origulha de ser 100% respeitador da privacidade online),

- DocJax (pesquisa de eBooks e artigos gratuitos),

- Blekko (enfoque na relevância em vez da quantidade de conteúdos), ou ainda

- StartPage (usa o Google como mecanismo, mas sem qualquer identificação de quem pesquisa).

Estas plataformas fogem do "mainstream" de pesquisa de conteúdos (um pouco à semelhança do que se passa no mundo da música) para terem uma identidade própria, adequada a um share mais pequeno de utilizadores mais específicos, mais literados e que sabem melhor aquilo que procuram e como o querem encontrar.

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