Godinho Lopes fora da corrida às eleições do Sporting

Eleições são a 23 de Março e não contam com Godinho Lopes. Reunião demorou mais de quatro horas.

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O presidente do Conselho Directivo foi eleito em 2011 e fica em funções até ao acto eleitoral Daniel Rocha

O presidente demissionário do Sporting, Luís Godinho Lopes, anunciou na noite de terça-feira, em reunião do Conselho Leonino, que não será candidato ao cargo nas eleições de 23 de Março, disse à Lusa um dos conselheiros à saída do encontro.

De acordo com a mesma fonte, o presidente do Conselho Directivo, eleito em 2011 e em funções até ao acto eleitoral, ouviu críticas e também elogios ao trabalho que realizou à frente do clube e anunciou aos conselheiros que está fora da corrida às próximas eleições.

Numa reunião que durou mais de quatro horas e se prolongou até à madrugada, os membros do Conselho Leonino, órgão consultivo do clube, aprovaram de forma unânime a sua própria demissão, depois da renúncia em bloco dos órgãos sociais anunciada na segunda-feira.

Na moção lida por Daniel Sampaio, vice-presidente da Assembleia Geral do Sporting, o Conselho Leonino “congratula-se pelo compromisso alcançado pelos outros órgãos sociais do clube, o que permite o controlo de danos da imagem do Sporting” e “considera que o seu contributo para o futuro do Sporting passa pela sua demissão”.

Após a reunião realizada no Auditório Artur Agostinho, no Estádio de Alvalade, Daniel Sampaio, também anunciou a sua indisponibilidade para integrar qualquer lista e disse que continuará ligado ao clube apenas como membro do Conselho Leonino. “Foi uma experiência difícil, mas, de um ponto de vista pessoal, muito enriquecedora. Servi o clube com dedicação, com princípios éticos, seguindo e respeitando os estatutos. Mas o meu lugar é na universidade com os meus alunos e doentes. Não apoiarei nenhum candidato nem terei qualquer ligação a qualquer lista. Votarei mas o voto é secreto”, afirmou o psiquiatra.

Sampaio, que dirigiu esta reunião do Conselho Leonino devido à ausência de Eduardo Barroso, abandona o cargo satisfeito por “os sócios poderem ser ouvidos” nas próximas eleições de 23 de Março, mas preocupado com a situação financeira do clube. “É decisivo para o futuro do Sporting e essencial que esse problema seja resolvido pela próxima direcção. O primeiro ano da próxima direcção será muito difícil já que é preciso reestruturar e reorganizar o clube a todos os níveis”, alertou.

O ainda vice-presidente da Assembleia Geral do Sporting revelou ainda que manterá uma “relação cordial” com Godinho Lopes, apesar de ter sido “pessoalmente muito atacado” pelo ainda líder “leonino”. “Não sou de rancores, mas fui pessoalmente muito atacado e isso magoou muito, mas estou disponível para ultrapassar isso”, referiu Daniel Sampaio.

A reunião, em que foi “debatido longamente o actual momento do clube”, aconteceu um dia depois da renúncia em bloco dos órgãos sociais do Sporting e da marcação de eleições para 23 de Março, após um entendimento entre os presidentes do Conselho Directivo, Godinho Lopes, do Conselho Fiscal e Disciplinar, João Mello Franco, e da Mesa da Assembleia Geral, Eduardo Barroso. A Mesa da Assembleia Geral tinha convocado uma reunião magna para 9 de Fevereiro, que visava destituir a direcção e que foi desmarcada.

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