Presidentes do BPI e CGD no Parlamento para explicar ajuda do Estado

Os banqueiros vão à Comissão parlamentar de Orçamento e Finanças que está a levar a fazer várias audições sobre as recapitalizações públicas.

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Só este ano o banco liderado por Fernando Ulrich pagou 920 milhões de euros Foto: Ricardo Brito

Os presidentes do BPI e da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Fernando Ulrich e José de Matos, vão nesta terça-feira ao parlamento explicar aos deputados porque os bancos que dirigem precisaram de mais de 3 mil milhões de euros do Estado.

As intervenções dos banqueiros acontecem na Comissão parlamentar de Orçamento e Finanças, que está a levar a cabo várias audições sobre as recapitalizações públicas que recentemente foram feitas nos bancos portugueses com vista a estes atingirem as metas de capital exigidas pelos reguladores.

No memorando de entendimento assinado entre Portugal e a 'troika' (composta pelo Fundo Monetário Europeu, Banco Central Europeu e Comissão Europeia) foram destinados 12 mil milhões de euros para o sector financeiro.

Foi deste valor que o Estado concedeu um empréstimo obrigacionista de 1.500 milhões de euros ao BPI (através da subscrição das chamadas 'CoCo bonds'). Até ao momento, o banco liderado por Fernando Ulrich já reembolsou o Estado em 300 milhões de euros e anunciou, a semana passada, a intenção de devolver mais 200 milhões de euros.

No caso da CGD, o Estado investiu 1.650 milhões de euros (900 milhões em obrigações convertíveis em acções e 750 milhões num aumento de capital) enquanto seu único accionista, ou seja, este capital não saiu da linha disponibilizada pelos credores externos.

Além destes bancos, o Estado emprestou 3.000 milhões de euros ao BCP e 1.100 milhões de euros ao Banif. No entanto, neste caso, além das obrigações de capital contingente (700 milhões de euros), o Estado subscreveu acções (400 milhões) e ficou mesmo como accionista maioritário da instituição.

Na sexta-feira, já responderam às perguntas dos deputados sobre este tema o Governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, e o presidente do BCP, Nuno Amado. Ainda esta semana, na sexta-feira, será ouvido o presidente do Banif, Jorge Tomé, enquanto o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, fecha este ciclo de audições a 15 de Fevereiro (sexta-feira).

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