Intervenção de Souto de Moura em antigo mercado de Braga ganha prémio de reabilitação

Mercado tem uma escola de dança contemporânea e uma escola de música, a par de várias de lojas e de outros aproveitamentos para fins culturais

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O mercado do Carandá foi construído para funcionar como um mercado tradicional Adriano Miranda

A requalificação do antigo Mercado do Carandá, em Braga, e sua reconversão em equipamento cultural, uma intervenção projectada por Eduardo Souto de Moura, foi distinguida pelo Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana com o Prémio IHRU 2012.

Segundo informou esta segunda-feira fonte municipal, o prémio será entregue na quarta-feira, numa cerimónia presidida pela ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, Assunção Cristas.

A intervenção urbanística ficou visualmente marcada pela demolição da pala da cobertura e pela manutenção, em ruína, dos pilares, para perpetuar a memória do antigo mercado.

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Foram instaladas uma escola de dança contemporânea e uma escola de música Adriano Miranda

Desenhado nos anos 80 do século XX, por Souto de Moura, o Mercado do Carandá foi construído no coração de Braga, para funcionar como um mercado tradicional, mas entretanto viria a revelar-se incapaz de exercer atractividade suficiente sobre o sector comercial básico da cidade.

Como já disse aquele arquitecto, o mercado “abafou” no meio de vários outros equipamentos públicos que foram sendo construídos e do grande crescimento imobiliário registado nas imediações. A câmara decidiu, por isso, acabar com aquele mercado e reconverter o edifício em “mercado cultural”, uma intervenção igualmente riscada por Souto de Moura.

Fins culturais

Ali acabaram por ser instaladas uma escola de dança contemporânea e uma escola de música, a par de várias de lojas e de outros aproveitamentos para fins culturais. Na primeira fase da intervenção, foi edificado um novo corpo, encostado à antiga banca do peixe, para acolher a escola de dança. Foi também redesenhado um percurso pedonal que lhe serve de cobertura.

Com a intenção de “manter o testemunho da pré-existência”, Souto de Moura propôs ainda um espaço para eventos culturais temporários, aí construindo uma nova bancada e um expositor, à semelhança da banca do peixe.

Numa segunda fase, registou-se a demolição parcial do edifício existente, mantendo apenas alguns dos elementos construtivos, nomeadamente as escadas e alguns pilares. Foi igualmente construído um novo bloco, em dois pisos, destinado à escola de música, um edifício que se destaca pela grande fachada envidraçada.

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