Benfica sem problemas para se manter na frente

“Encarnados” vencem Vitória de Setúbal por 3-0 e alcançam o FC Porto no comando da Liga portuguesa. Os golos surgiram a abrir a primeira e a segunda partes.

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Lima voltou a marcar AFP

A 17.ª jornada vai ser mais uma na Liga portuguesa em que Benfica e FC Porto vão estar empatados na frente, muito longe da restante concorrência. Depois da exibição de gala portista com goleada por 4-0 ao Vitória de Guimarães, os “encarnados” receberam o outro Vitória, o de Setúbal, e venceram com um resultado robusto (3-0), o que significa que ambos passaram a somar 45 pontos e continuam inseparáveis na luta pelo título.

Sem margem para erro. Era nesta condição que o Benfica iria enfrentar o Vitória de Setúbal, depois da demonstração de força do FC Porto em Guimarães. Como já se percebeu, esta Liga vai ser decidida por pouco e qualquer ponto perdido faz a diferença para estas equipas, que têm andado juntas neste campeonato. No papel, o Vitória parecia um adversário mais que acessível, a lutar pela manutenção e, pela primeira vez, sem Meyong, que foi para o angolano Kabuscorp e que marcou 13 dos 19 golos dos sadinos antes de se ir embora. Só que o Benfica também não estava na máxima força.

Para este jogo de vitória indispensável, Jorge Jesus apresentou um “onze” com alguns remendos, nomeadamente André Gomes (chamado por Paulo Bento para o particular da selecção portuguesa com o Equador) em vez de Matic, Luisinho em vez de Melgarejo e Rodrigo no lugar de Cardozo, já recuperado, mas ainda sem ritmo. Ainda assim, os “encarnados” entraram no seu ritmo habitual, pressionante, em busca do golo madrugador, aproveitando o encolhimento inicial da formação de José Mota.

A pressão inicial deu frutos quase imediatos. Aos 4’, Rodrigo foi o primeiro a testar a atenção de Kieszek num livre directo frontal que o guardião polaco desviou para canto. No minuto seguinte, o marcador funcionou. Bom entendimento no flanco direito entre Maxi Pereira e Salvio, aproveitando uma desatenção de Ney Santos, com a bola a sobrar para Enzo Pérez, que, à entrada da área, atirou sem oposição para a baliza. Com apenas cinco minutos de jogo, o golo do argentino parecia um bom presságio para um jogo tranquilo e cheio de golos por parte do Benfica.

Como que por excesso de confiança, os “encarnados” entraram em modo de desaceleração e o Vitória conseguiu fazer a pressão um pouco mais à frente e esteve bem perto de fazer o empate aos 15’. Miguel Pedro foge a Luisinho, consegue fazer o cruzamento para a área, onde Jorginho atira ao lado. Foi um aviso para os “encarnados”, que continuaram sem aquela dose de intensidade habitual, excepção feita a uma jogada de Maxi Pereira aos 36’, com o uruguaio a oferecer o golo a Rodrigo e o espanhol a não conseguir bater Kieszek.

Alguma coisa terá dito Jesus aos seus jogadores durante o intervalo porque o Benfica regressou dos balneários exactamente como tinha entrado, a pressionar e com vontade de resolver. Demorou pouco a fazê-lo. Minuto 48, Luisão faz um passe longo na direcção de Lima, o avançado brasileiro domina a bola, ultrapassa um defesa do Vitória e faz o 2-0. Este sim, já parecia um resultado demasiado inacessível para um Vitória com poucos argumentos, sem grande coesão nem individualidades com capacidade para fazer mossa aos “encarnados” — mesmo se Meyong lá estivesse, pouco teria feito e o recém-contratado Makukula tão teve ainda oportunidade de mostrar se é um substituto à altura do camaronês.

E, desta vez, a pressão benfiquista durou mais um bocadinho do que na primeira parte. Pouco depois do 2-0, o Benfica voltou a marcar colocando totalmente a descoberto as debilidades do adversário. Lima recebe a bola no flanco esquerdo, vê bem a desmarcação de Rodrigo, que, a menos de um metro da linha de golo, só tem de empurrar a bola para a baliza.

Depois, o Benfica podia dar-se ao luxo de escolher entre consumar a goleada ou descansar. As rotações baixaram bastante, mas não totalment, a ponto de chegarem ao zero. Os golos é que não voltaram a aparecer.

O Vitória vai continuar a amargar nos lugares de despromoção e o Benfica ficou a dever a si próprio uma goleada com maior expressão. Teve cinco minutos na primeira parte e mais dez na segunda em modo demolidor, no tempo restante foi gerir esforço. Jorge Jesus é que não deve gostar muito destes apagões.

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