O V. Guimarães é a nova vítima do gosto do FC Porto pelas goleadas

Depois do 5-0 frente ao Gil Vicente, o campeão nacional marcou quatro golos no D. Afonso Henriques e colocou pressão sobre o Benfica. Jackson Martínez foi a grande figura da noite.

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Foi o primeiro "hat-trick" de Jackson na liga portuguesa Patrícia de Melo Moreira/AFP

O FC Porto não teve piedade da juventude da equipa do Vitória de Guimarães. O campeão nacional esteve ao seu melhor nível, no estádio D. Afonso Henriques, construindo uma exibição de qualidade, com dinâmica, agressividade. E golos. Quatro no total, assinando uma nova goleada, depois dos 5-0 impostos aos Gil Vicente na passada segunda-feira.

A formação orientada por Vítor Pereira parece ter tomado o gosto aos resultados dilatados. E se, na jornada anterior, foi preciso esperar pelo tempo extra para ver o seu principal goleador da equipa mostrar serviço, este sábado Jackson Martínez foi a principal figura de um FC Porto ávido, assinando três golos. O colombiano marcou por uma vez na primeira parte (35’), na sequência de um pontapé de canto, e completou o hat-trick na segunda metade (56’ e 72’), aproveitando as facilidades concedidas pela jovem defesa do Vitória de Guimarães.

A formação da casa demonstrou muitas fragilidades e esteve longe de conseguir opor-se ao adversário como havia feito recentemente frente ao Sporting de Braga (na Taça de Portugal) e ao Sporting. Os vimaranenses remataram apenas por cinco vezes e só por uma obrigaram Helton a fazer uma defesa, aos 42 minutos, num livre batido por Tiago Rodrigues.

De resto, a primeira parte tinha tido sentido único, com o FC Porto a impor-se sem contestação. O triunfo portista ganhou corpo desde cedo e os dois primeiros golos têm histórias semelhantes: ambos são marcados de cabeça na sequência de pontapés de canto na direita e são precedidos de lances de perigo resolvidos pelo guarda-redes vimaranense. Aos 13 minutos, na primeira oportunidade do encontro, Varela apareceu na direita a rematar cruzado, para defesa de alto nível de Douglas. No lance seguinte, João Moutinho cruzou para a cabeça de Mangala, que saltou bem mais alto do que toda a gente que estava por perto, na grande área, para fazer o primeiro golo.

Aos 35 minutos, o “filme” voltou a correr: Jackson Martínez apareceu na meia direita para um remate cruzado, defendido pelo guarda-redes da casa. No pontapé de canto consequente, Moutinho pôs a bola na cabeça do avançado colombiano, que fez o seu primeiro golo na partida. Pelo meio (18’), Jackson teve outra oportunidade para chegar ao golo, não conseguindo marcar quando apareceu na cara de Douglas, depois de um passe primoroso de Izmailov — o russo foi titular pela primeira vez desde que chegou ao FC Porto e esteve em campo 70 minutos, acabando por ser substituído por Sebá.

Estreia de Liedson
No segundo tempo, Jackson continuou a ter sobre si todos os holofotes e voltou a dar-se bem com a marcação demasiado suave dos centrais. Quando estavam decorridos 56 minutos, desmarcou-se nas costas da defesa, recebendo um excelente passe vertical de Fernando e, isolado frente ao guarda-redes, não perdoou.

Os vimaranenses, feridos, tentaram reagir e Rui Vitória mexeu na equipa reforçando o meio-campo e colocando o extremo Ricardo a ocupar a posição de lateral-direito. Vítor Pereira percebeu essa fragilidade e lançou Varela na ala esquerda. E foi justamente dos pés do internacional português que saiu o cruzamento para o terceiro golo de Jackson na partida (72’): já na área, Varela puxou a bola atrás e arrancou um passe milimétrico para a cabeça do goleador de serviço.

Mesmo já com três golos na conta pessoal (e 18 na Liga), o colombiano podia ter voltado a marcar em outras duas ocasiões, mas não foi tão eficaz. Já com Liedson em campo — o brasileiro estreou-se com a camisola “azul e branca” aos 75 minutos, entrando para o lugar de João Moutinho —, Martínez fugiu novamente da defesa contrária e, com tempo para fazer tudo, acabou por deixar-se antecipar por Paulo Oliveira (77’). A dez minutos do final, outra vez numa desmarcação bem conseguida, Jackson rematou rasteiro, para defesa de Douglas. Mas, por essa altura, já tinha feito o suficiente para sair de Guimarães com o ego cheio.
 

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