A modalidade era moda na década passada mas, ainda hoje, Salvador é um apaixonado. Tal como tantos outros jovens, começou a assistir aos shows de wrestling pela televisão. Em 2006, criou um site acerca da modalidade que é hoje uma das principais referências entre os fãs portugueses de wrestling. Entretanto cresceu e tornou-se lutador.

"Foi poucos meses depois de ter começado a ver wrestling que criei um blogue onde escrevia sobre a modalidade", explica o criador do PTWrestling. Sem aviso prévio, o blogue tornou-se num sucesso entre os fãs de wrestling. Munido dos seus conhecimentos de webdesign, Salvador decidiu transformá-lo num site.

Agora, o PTWrestling conta com cerca de cinco mil visitas diárias e a página do Facebook tem mais de vinte mil fãs. "É quase um parte-time que tenho", conta Salvador, que passa, por semana, cerca de 10 a 15 horas em actualizações. "Nos dias em que há eventos dedico mais horas, talvez duas, três por dia. Nos dias em que não há eventos basta-me ir ao site meia hora, actualizar o que há a actualizar, preparar alguns posts e a máquina fica a funcionar durante o dia".

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Da blogosfera para os ringues

Mas Luís Salvador quis ir mais longe e a aventura nos ringues começou em Abril de 2008 quando, num show da WWE, a maior companhia mundial de wrestling, em Portugal, conheceu alguns portugueses que praticavam a modalidade e que o convidaram a experimentar. Saiu-se bem no primeiro treino e continuou a aparecer.

Quem não achou muita piada foram os familiares e amigos de Salvador: "Os meus pais e os meus amigos dizem que sou louco por ir para lá levar porrada". Mas nem isso fez desistir o jovem. "As dores que tinha depois dos treinos não eram suficientes para me fazer querer abandonar a modalidade", conta.

O mais complicado é gerir o tempo. O jovem tem de coordenar o site e a prática da modalidade com os estudos e a vida pessoal, já que é impossível fazer do wrestling um modo de vida. "Em Portugal, existem algumas pessoas que conseguem ganhar dinheiro com o wrestling, mas nenhuma delas consegue fazer do wrestling vida porque o que se ganha é muito pouco. A única portuguesa que começou a viver do wrestling foi a Shanna, mas teve de ir para o estrangeiro".

O futuro da modalidade em Portugal, apesar dos entusiastas, não é animador e até os praticantes são cada vez menos. "Se antigamente, treino sim treino não, aparecia uma pessoa nova a querer experimentar, hoje, se aparecer alguém mês sim mês não, já estamos com sorte", afirma Salvador. "Se isto continuar assim, eu acho que daqui a 10 anos o wrestling vai acabar por morrer em Portugal".