Barroso quer orçamento plurianual da UE fechado na próxima semana

Líderes das maiores economias europeias em contra-relógio até à cimeira de Fevereiro. Barroso pede acordo em Bruxelas e um debate não apenas centrado em “cortes, cortes, cortes”.

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Durão Barroso foi recebido nesta quinta-feira por Werner Faymann, em Viena, na Áustria ALEXANDER KLEIN/AFP

O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, coloca a cimeira de líderes europeus da próxima semana como o horizonte temporal para os líderes chegarem a um compromisso sobre o orçamento plurianual da União Europeia (UE). A chanceler alemã mostra-se optimista, mas já avisou que as negociações não serão fáceis.

As negociações prosseguem no Conselho Europeu de 7 e 8 de Fevereiro, em Bruxelas, depois de os responsáveis políticos europeus não terem conseguido arrancar um acordo num conselho extraordinário em Novembro.

Em Viena, onde se encontrou com o chanceler austríaco, Werner Faymann, Barroso classificou a proposta – de 1,03 biliões (milhões de milhões) de euros – como uma “proposta de investimento” para mais crescimento, emprego, ciência, educação e infra-estruturas. O orçamento plurianual diz respeito ao período de 2014 a 2020.

A proposta em debate pelos líderes europeus em Novembro contemplava um corte de 80 mil milhões de euros, apresentando uma redistribuição que atenua as reduções nas áreas da coesão e da agricultura, consideradas prioritárias por diversos Estados-membros, caso da França, da Espanha ou de Portugal.

Durão Barroso mostrou-se preocupado com o debate sobre o estado financeiro da UE, que considerou estar exclusivamente centrado em “cortes, cortes, cortes”.

De Berlim, soaram avisos sobre o grau de dificuldade das negociações. A chanceler alemã recebeu hoje o primeiro-ministro demissionário italiano, Mario Monti, ao lado de quem reconheceu que não será fácil chegar a um consenso. “Não é segredo que Mario Monti defende firmemente os interesses de Itália, e isso resulta, por vezes, em problemas difíceis, que temos de resolver, mas estou optimista de que iremos chegar a acordo sobre a questão do financiamento a médio prazo” da UE.

Depois disso, em Viena, Barroso criticou os líderes europeus que exigem mais crescimento e criação de emprego e defendem, ao mesmo tempo, um orçamento comunitário mais austero.

Até à cimeira, são várias as movimentações dos líderes das quatro maiores economias da zona euro para preparar o encontro. Monti vai estar em Paris no domingo com o Presidente francês, François Hollande; Merkel recebe na segunda-feira o chefe do Governo espanhol, Mariano Rajoy, em Berlim, e reúne-se com Hollande em Paris na véspera da cimeira.
 
 

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