PS não permitirá "operação de cosmética" para emagrecer RTP

Socialistas dizem que o adiamento da privatização é uma "vitória política de quem é contra" a operação.

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Carlos Zorrinho Rui Gaudêncio

O líder parlamentar do PS, Carlos Zorrinho, disse nesta quinta-feira que o partido não irá permitir uma "operação de cosmética" na RTP, com o intuito de tornar a empresa mais apetecível para uma privatização futura.

"Não permitiremos que este não-consumar da privatização seja uma operação de cosmética de emagrecimento da empresa para a tornar mais apetecível para a privatizar no futuro", disse Carlos Zorrinho à agência Lusa, depois de o ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, ter confirmado o adiamento da privatização da empresa, em entrevista ao Telejornal da RTP1.

O PS, reitera Carlos Zorrinho, é "contra a privatização de qualquer canal da RTP" e a favor do "reforço do serviço público", feito de "forma optimizada e com gestão de recursos", pelo que o adiamento da privatização é uma "vitória política de quem é contra" a operação.

No que se refere às incertezas sobre o rumo futuro da empresa de comunicação social, o PS lamentou que "todos os dias, todas as semanas", haja "novas versões, avanços e recuos" sobre o dossier, incertezas que têm "prejudicado gravemente" a RTP e são uma "demonstração de descontrolo completo".

Miguel Relvas afirmou esta quinta-feira que a reestruturação da RTP vai custar 42 milhões de euros.

Segundo o governante, este vai ser "um processo muito exigente e doloroso".

O ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares escusou-se, no entanto, a confirmar um eventual despedimento de cerca de 600 trabalhadores, número avançado esta quinta-feira pelo Diário Económico.

"Não posso confirmar isso", disse Relvas na entrevista ao Telejornal, acrescentando que a administração da RTP está a estudar um plano de reestruturação que deve estar pronto nos próximos dias.
 
 

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