PS: alargamento de prazos é positivo mas vem tarde

O Partido Socialista diz que o Governo já devia ter pedido o alargamento dos prazos em Dezembro.

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Secretário nacional do PS afirma que existem mais alterações a fazer ao pagamento dos empréstimos da troika Filipe Arruda

O secretário nacional do PS, Eurico Dias, afirmou nesta terça-feira que o pedido de extensão dos prazos para pagamento do empréstimo da troika a Portugal é uma medida positiva, mas sublinhou que já podia ter sido pedida antes.

“Esta medida é uma medida positiva que vai ao encontro daquilo que o Partido Socialista sempre defendeu”, afirmou Eurico Dias. O dirigente socialista recordou que o PS já havia pedido uma extensão das maturidades dos empréstimos da troika em Dezembro de 2012, data do Conselho Europeu.

 “Acabámos por ter mais tempo para ajustar o défice um ano depois, em condições muito difíceis, em que os portugueses, infelizmente, já não puderam usufruir desse ajustamento para ter menos sacrifícios”, afirmou Eurico Dias.

Apesar de um possível alargamento dos prazos só se fazer sentir a partir de 2016, data em que Portugal começa a pagar os empréstimos à troika, como relembrou Eurico Dias, o sinal de alívio já podia ter sido dado em Dezembro, afirmou o socialista.

“Teria sido útil não só para os mercados mas para os portugueses, que estão confrontados com um Orçamento do Estado que aumenta a carga fiscal em 4000 milhões de euros”, disse.

Para além do aumento das maturidades dos empréstimos da troika, o PS defende ainda a diminuição de juros.

Mas Eurico Dias afirma que existem “dois ou três aspectos que foram concedidos à Grécia que era útil que Portugal também pudesse usufruir, em particular a redução das comissões, que levaria a alguma redução de despesa com os empréstimos com a troika”.

O ministro das Finanças português pediu na segunda-feira ao Eurogrupo uma extensão dos prazos de maturidade dos empréstimos a Portugal, de modo a facilitar o regresso aos mercados, afirmando ter a “expectativa fundada” do apoio dos seus parceiros do euro.

À saída da reunião com os ministros das Finanças da zona euro, Vítor Gaspar disse ter defendido a “forte capacidade de execução” nacional do programa de ajustamento que permite que o país esteja agora “prestes a poder realizar emissões no mercado primário de obrigações”.

Notícia corrigida às 11h01, onde se lia "2011", lê-se "2012".
 

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