Correia de Campos diz que a ADSE é um mau sistema

Ex-ministro da Saúde do Governo socialista ataca o sistema de saúde dos funcionários públicos.

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Ex-ministro da Saúde tinha acordo de PS e PSD Carlos Lopes

O ex-ministro da Saúde, Correia de Campos, defendeu em Viseu, esta segunda-feira, a substituição do actual sistema de saúde dos funcionários públicos (ADSE), considerando-o, “um mau sistema.” Porquê? “Porque não é integrado".

Em declarações aos jornalistas no final do primeiro painel das Jornadas Parlamentares do PS, que decorrem em Viseu até terça-feira, Correia de Campos contrapôs ao actual sistema a criação de um "mecanismo de mutualização, à semelhança do que existe, por exemplo, em França e em Espanha”.

Para o actual eurodeputado socialista, o sistema  ADSE deve ser substituído no sentido de “permitir a criação de um sistema de saúde integrado, para que a classe média possa respirar”. É que, na sua opinião, a “única coisa boa” que o actual sistema de saúde dos funcionários públicos tem "é a livre escolha”.

O socialista Álvaro Beleza defende a extinção da ADSE, um subsistema "único na Europa" e "injusto", e garante que essa intenção fará parte do programa do próximo Governo socialista. Numa entrevista ao Jornal de Notícias, publicada esta segunda-feira, Álvaro Beleza lembra que a ADSE "beneficia um milhão e trezentos mil portugueses, e faz com que o acesso à saúde não seja igual para todos". Para acabar com os subsistemas de saúde, "é preciso preparar o SNS [Sistema Nacional de Saúde], que não está preparado para acolher 1,3 milhões de pessoas que usufruem da ADSE", admite, acrescentando que o seu fim traria "grandes dificuldades" aos grandes hospitais privados.

O fim da ADSE é uma das exigências do memorando de entendimento assinado com a troika, que impõe a extinção progressiva de todos os subsistemas de saúde até 2016, para conter a despesa, e deverá ser um dos pontos que irão constar no plano de reforma do Governo para cortar quatro mil milhões de euros na despesa estrutural do Estado.

No próximo dia 25, o PS deverá apresentar as suas propostas para a Saúde num fórum no Porto, embora Álvaro Beleza garanta que isso não se trata de um repto positivo à proposta do Governo para cortar quatro mil milhões de euros em despesa.
 
 
 
 

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