Uma representante do movimento "Geração à Rasca" admitiu que a questão da criação de um partido que englobe os diferentes grupos de "indignados" portugueses possa ser discutida, embora não acredite que se avance nesse sentido.
Inês Gregório falava à Lusa a propósito da decisão de activistas do 15-M, movimento de contestação que nasceu em Madrid em 2011, lançarem o Partido X - Partido do Futuro para "desalojarem os políticos do espaço eleitoral".
"Essa posição nunca foi tomada, foi sempre dito que o movimento partidário 'per si' nunca nos identificaria, porque há toda uma questão unitária que o partido fecha", disse. A activista do "Geração à Rasca" entende que um partido representa "toda uma estrutura que não permite a representação que os indignados têm conseguido ao longo dos últimos meses de acção".
"A possibilidade de se formar um partido nunca foi levantada, ou melhor, foi levantada no início e imediatamente se percebeu que nunca poderia ser esse o nosso 'modus operandi'. Admito que agora haja uma nova discussão sobre essa questão, mas essa opção de criar um partido chegou mesmo a ser repudiada", frisou.
Inês Gregório disse ainda que "dentro dos diferentes movimentos dos indignados há pessoas que estão, de facto, já ligadas a partidos que nada têm a ver com a luta que se tenta levar a cabo nos indignados". "Esta questão de corroer o sistema fazendo parte do sistema levanta-me demasiadas dúvidas, portanto, formar um movimento uno em volta de um partido é complicado", frisou.
O Partido X - Partido do Futuro é o partido que alguns activistas do movimento de contestação que nasceu com o acampamento das Portas do Sol de Madrid, em Maio de 2011, quiseram fazer, aliados a movimentos que defendem uma Internet mais livre, e pode ser conhecido no site partidodelfuturo.net.