Crianças da escola de Sandy Hook regressam às aulas, mas noutra escola

A nova escola fica a dez km de Newtown, onde há três semanas um atirador matou 20 crianças e seis funcionários.

Foto
A escola de Sandy Hook não deverá ser reaberta Shannon Stapleto/Reuters

Os alunos da escola Sandy Hook, em Newtown (EUA), voltam nesta quinta-feira às aulas, mas numa nova escola, a dez quilómetros da cidade. Trata-se de um edifício de alta segurança, onde cada carro que se aproxima é revistado.

A nova escola das 500 crianças de Sandy Hook é Chalk Hill, que fechara no ano passado e que se situa numa cidade vizinha, Monroe. O edifício foi pintado de novo, com cores alegres e algum mobiliário de Sandy Hook foi transportado para ali, sobretudo para as salas dos mais pequenos, para que estes não sofram um choque maior com a mudança de ambiente, explicaram as autoridades de Newtown, no Connecticut (costa leste).

Os cartazes e o material que as crianças deixaram na escola no dia da tragédia foram levados para as novas instalações para ajudá-las a retomar sua rotina, informou uma responsável local, Janet Robinson. "Penso que agora deve ser a escola mais segura dos Estados Unidos", disse por seu lado Keith White, porta-voz da polícia de Monroe.

Porém, a normalidade é pouca neste novo edifício de alta segurança e cercado - cada carro que se aproxima, incluindo os dos pais dos alunos, tem que ser revistado. Foi há três semanas que um atirador abriu caminho à força em Sandy Hook e disparou em duas salas de aula, matando 20 crianças de seis e sete anos, e seis professores e funcionários.

Pedido de registo de armas aumenta
Na sequência do massacre, a venda de armas disparou nos Estados Unidos, de acordo com os dados revelados pelo FBI, que em Dezembro recebeu um número de recorde de pedidos de aprovação de registo de armas de fogo. Mas o aumento de Dezembro não pode ser atribuído apenas à tragédia no Connecticut. Deve ser também explicado pelo Natal, época do ano em que muitos americanos dão e recebem armas de fogo como presente.

O FBI revelou ter registado  2,8 milhões de pedidos de controlo em Dezembro, um número que ultrapassou os dois milhões registados em Novembro. O mesmo número revela um aumento de 49% em relação a Dezembro de 2011, quando foram feitos 1,9 milhões de pedidos de aprovação de registo de armas. Este número, sublinhou o FBI, não é indicador do número de armas vendidas, apenas dos pedidos de legalização (que devem ser aprovados), pois o Governo não mantém estatísticas sobre vendas.

O massacre de Sandy Hook levou o Presidente Barack Obama (democrata) a falar abertamente sobre a mudança do mecanismo de acesso às armas nos EUA. A reacção da poderosa National Riffle Association foi, no entanto, muito diferente da do Presidente: sugeriu que as escolas tivessem pessoas armadas para enfrentar possíveis ataques, eventualmente os professores.

Sugerir correcção
Comentar