As melhores publicações independentes de BD de 2012

As publicações que, este ano, caíram no goto do ilustrador, professor, autor de BD e artista plástico (uff!) Marco Mendes

"Fábricas, Baldios, Fé e Pedras Atiradas à Lama"

Tiago Baptista > Oficina do Cego/A9))))

Tiago Batista é um dos jovens criadores nacionais mais interessantes nas áreas da banda desenhada e pintura. É também um dos mais prolíficos, produzindo fanzines e exposições a um ritmo veloz. Este livro compila histórias curtas anteriormente editadas em vários fanzines e mostra as várias facetas de um autor que se move entre o nonsense, a autobiografia, a crónica de costumes ou o devaneio poético.

"To Whom Who Keeps a Record"

Mathieu Abonnenc, Filipe Abranches e Teresa Câmara Pestana > Fundação Serralves

A partir de textos de Mathieu Abonnenc, situados na Guiné Bissau dos anos 70 em pleno contexto de guerra colonial, Abranches e Pestana criaram ilustrações e bandas desenhadas. O resultado é um híbrido entre imagem e texto, extremamente apelativo, que retrata esse período com proximidade e rigor.

"Sobrevida"

Carlos Pinheiro e Nuno Sousa > Imprensa Canalha

Um livro no mínimo invulgar composto por duas histórias curtas: "A Noite", de Carlos Pinheiro, que descreve um grupo de jovens em correria pela cidade deserta, num ritual de passagem que os leva a transgredir a ordem; e "O Dia", de Nuno Sousa, que nos fala desencantadamente da vida nos subúrbios, numa narrativa autobiográfica. As histórias, apesar de muito diferentes, complementam-se na forma como abordam o sentimento de perda e de mudança.

"Sangue Violeta e Outros Contos"

Fernando Relvas > El Pep

Vencedor na categoria de Clássico no último Festival de Banda Desenhada da Amadora, este álbum de compila pela primeira vez as histórias de Relvas publicadas no Jornal Se7e entre 1983 e 1986, numa edição há muito esperada. Histórias de sexo, drogas e rock n' roll na movida lisboeta pós 25 de Abril. Com o humor e o traço inconfundível de Relvas.

"Buraco #1-5"

Vários Autores > Buraco Editorial

Começou por ser um jornal de banda desenhada de indignação e protesto, face ao actual contexto político-social. Ao terceiro número, dedicado ao movimento de ocupação da Escola da Fontinha, no Porto, abriu-se a uma maior participação da comunidade artística e literária. Manteve o seu forte pendor visual, onde o desenho e a bd ocupam um lugar de destaque, mas é cada vez mais uma publicação apostada em cruzar as mais diversas disciplinas. Sempre em torno de um tema, ou um mote elegido para cada número. O último (Buraco nº 5) foi o medo.

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