Vinci paga 3080 milhões de euros para comprar a ANA

Governo congratulou-se com encaixe desta venda, que eleva receita das privatizações para 6,4 mil milhões de euros. Contrato será assinado no próximo ano.

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Nelson Garrido
Aeroportos da Ana
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Accionistas da ANA
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Tal como o PÚBLICO avançou, a Vinci ganhou a corrida à compra da ANA. No briefing que se seguiu ao Conselho de Ministros, a secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque, explicou que a proposta do grupo francês tinha um valor de 3080 milhões de euros, sendo a mais elevada de entre as quatro ofertas finais de compra que tinham sido apresentadas ao Governo.

“Era a proposta que apresentava o valor mais elevado, mas também foi avaliada como a mais interessante do ponto de vista estratégico”, disse Maria Luís Albuquerque, acrescentando que tanto os assessores do Governo para a privatização da ANA, como o conselho de administração da empresa e a Parpública se pronunciaram a favor da escolha da Vinci.

A secretária de Estado do Tesouro congratulou-se com o encaixe desta venda, no conjunto do programa de privatizações acordado com as autoridades externas e que incluiu também a EDP e a REN. “O objectivo definido em Maio do ano passado era alcançar receitas de 5,5 mil milhões. A proposta que foi aceite hoje representa um montante de 3.080 milhões, o que significa que estamos já num montante global de 6,4 mil milhões de euros. É um aspecto particularmente importante a destacar”, disse.

Maria Luís Albuquerque disse ainda que a transacção da ANA, que será efectivada no início de 2013, corresponde a “um múltiplo de ebitda [lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações] 16 vezes” superior ao referencial da gestora aeroportuária, o que considerou “um recorde” no sector.

As propostas preliminares que os restantes três investidores entregaram até 14 de Dezembro variavam entre 2000 e 2442 milhões de euros, disse o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro. A segunda oferta mais elevada foi feita pela Fraport e pelo fundo australiano IMF, que ofereciam 2442 milhões para ficar com a ANA.

Já o consórcio liderado pelos argentinos da Corporación América (que estava na corrida com duas empresas nacionais, a Sonae Sierra e a Empark) dispôs-se a pagar 2408 milhões mas uma parte, de cerca de 542 milhões, seria entregue a dez anos. E, por fim, o agrupamento que unia os brasileiros da CCR, os suíços da Zurich Flughafen e a GIP apresentou uma proposta de 2000 milhões de euros.

O secretário de Estado dos Transportes frisou ainda que o processo foi gerido com “total transparência” e “muito profissionalismo”, acrescentando que “cai por terra que o Governo está a vender activos ao desbarato”. E garantiu que os postos de trabalho estão salvaguardados. “O plano estratégico que foi apresentado não prevê uma redução do número de trabalhadores que compõem os quadros da ANA. Prevê até um acréscimo”, disse. 

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