Em Portugal, "Vertigo" é um filme sem qualidade

Comunicado da Midas Filmes, distribuidora do filme, denuncia classificação da Inspecção-Geral das Actividades Culturais

É tido como uma das obras-primas da cinematografia mundial e, este ano, foi considerado o melhor filme de todos os tempos numa votação da prestigiada "Sight & Sound", a revista mensal do The British Film Institute, mas a Comissão da Classificação de Espectáculos da Secretaria de Estado da Cultura portuguesa acaba de lhe negar o estatuto de Filme de Qualidade, denuncia um comunicado desta sexta-feira da Midas Filmes.

“Este facto seria apenas ridículo se não fosse sintoma muito mais grave da forma como o Estado continua a tratar o cinema entre nós”, diz o comunicado da distribuidora de Pedro Borges que repôs esta quinta-feira o filme em cópia digital no circuito comercial português.

Taxa de distribuição

O mesmo comunicado esclarece que a classificação foi criada na década de 1980 e se destina a isentar os distribuidores da taxa de distribuição de 150 euros devidos pela estreia de cada filme, tratando-se, assim, de uma medida destinada a estimular e descriminar positivamente as estreias entendidas como meritórias.

Contudo, “tanto na distribuição em salas de cinema como na edição DVD, os distribuidores de bom cinema continuam seriamente penalizados” pela Inspecção-Geral de Actividades Culturais, diz o comunicado, que acusa as entidades estatais de “recolherem da actividade cinematográfica milhões e milhões de euros anualmente desviados do cinema não se sabe muito bem para onde”. “Pior do que isso, só mesmo considerar que Vertigo não é um filme de qualidade”, conclui o documento.

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