360 mil desalojados do sismo do Haiti ainda vivem em campos

O sismo de Janeiro de 2010, com uma magnitude de 7 de escala de Richter, deixou 1,2 milhões de haitianos desalojados.

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Há 496 campos a funcionar desde Janeiro de 2010 Hector Retamal/AFP

Ainda há 360 mil haitianos a viver nos 496 campos emergência erguidos depois do sismo que em Janeiro de 2010 matou 250 mil pessoas e feriu 300 mil no Haiti.

Segundo dados revelados esta sexta-feira pela Organização Internacional das Migrações, destas 360 mil pessoas, 84% estão nestes campos desde o sismo, há quase três anos.

A maioria dos haitianos que permanecem nestes campos montados para funcionarem como abrigos temporários estão desempregados (58%) e a maioria das famílias que aqui vivem são monoparentais e não tinham nenhuma propriedade (86%), pelo que teriam de conseguir alugar uma casa antes de deixar os campos.

Segundo a OIM, que trabalha em parceria com organizações haitianas, 158.833 famílias (num total de 635.332 pessoas) receberam ajuda para encontrar um novo alojamento desde 2011.

A OIM quer que a ajuda a quem permanece nos campos seja uma prioridade e pede 2 milhões de dólares (1,5 milhões de euros) de ajuda internacional para conseguir ajudar parte destas pessoas a encontrar uma casa e recomeçar a vida ao longo do próximo ano.

“A comunidade internacional não deve abandonar o Haiti no presente, é preciso um esforço concertado para que pelo menos 20 mil famílias possam deixar os campos em 2013 e que as que permaneçam nos abrigos possam continuar a ser assistidas”, afirma Gregoire Golstein, chefe da missão da OIM no Haiti, num relatório citado pela AFP.

O sismo de Janeiro de 2010, com uma magnitude de 7 de escala de Richter, deixou 1,2 milhões de haitianos desalojados.

As últimas catástrofes naturais, como a tempestade tropical Isaac de Agosto e o furacão Sandy, que passou pela ilha no fim de Outubro, fizeram mais dezenas de milhares de desalojados, destruindo ainda campos agrícolas e muitas reservas de cereais. A juntar-se às regulares epidemias de cólera, a ONU avisou para uma situação de grave carência alimentar.

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