Ilha espanhola é a primeira das 14 existentes no rio Minho a abrir ao público

Autarquia galega de Salvaterra adquiriu a ilha de Fillaboa para ali criar um centro de interpretação ambiental. As ilhas do Minho que pertencem a Portugal não têm actividades regulares

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As ilhas portuguesas do rio Minho estão devolutas Adriano Miranda

Uma ilha espanhola do rio Minho, junto ao concelho de Monção, será a primeira das 14 existentes naquele curso de água internacional a "abrir ao público", neste caso como centro de interpretação ambiental.

Segundo dados da Capitania do Porto de Caminha disponibilizados esta quinta-feira à agência Lusa, existem 14 ilhas em todo o troço do rio Minho partilhado entre Portugal e Espanha, quatro das quais são consideradas como internacionais, não sendo "disputadas" por nenhum dos países. São os casos de Morraceira de Seixas, Morraceira de João de Sá e Varandas, estas mais próximas da freguesia de Lanhelas (Caminha), além da Morraceira, mais próxima da costa espanhola.

Atribuídas a Espanha estão as ilhas Canosa, Morraceira do Grilo, Morraceira das Varandas, Vacariza e Fillaboa. Esta última, com 110.000 metros quadrados, segundo o anúncio público feito pela autarquia galega de Salvaterra, que a adquiriu a privados, deverá "abrir ao público" em 2013 como centro de interpretação ambiental. Antes da aquisição por 300 mil euros, justificada pela autarquia galega em 2010 pelo objectivo de a “converter num bem de carácter público”, a ilha, próxima do município português de Monção, era a única de propriedade privada entre as geridas por Espanha no rio Minho.

Consideradas território português no rio Minho são as ilhas dos Amores, Boega e Lenta, ambas em Vila Nova de Cerveira, e as de São Pedro e Conguedo, em Valença. Acessíveis praticamente apenas de barco, estas ilhas são usadas pontualmente para caça, apesar de no passado já terem sido áreas de pasto e cultivo. Actualmente não recebem qualquer actividade regular.

No caso da Boega, a Câmara de Vila Nova de Cerveira chegou a licenciar a construção de um campo de golfe naquela ilha, projecto com vários anos que nunca saiu do papel, tendo o licenciamento caducado. “Há cerca de três ou quatro anos, voltou-se a falar nisso, com um grupo estrangeiro que estava também interessado em construção virada para o turismo. Mas não avançou”, admitiu à agência Lusa o presidente do município de Vila Nova de Cerveira, José Manuel Carpinteira, segundo o qual a câmara “apoia” este tipo de projecto turístico, mas, atendendo à especificidade e regime de protecção da ilha, apenas se for “ambientalmente sustentável”.
 
 
 

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