Ignorem as elites e confiem em Deus, diz Sarah Palin

Política do Tea Party comenta massacre de Newton, avisando o cidadão comum contra os políticos e os media

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A "única esperança é Deus", diz Palin Josh Anderson/REUTERS

Sarah Palin, a ex-governadora do Alasca, entrou no debate nacional após o massacre na escola de Newtown, no Connecticut. Mas não falou do controlo de armas – ela que já se deixou fotografar várias vezes de espingarda em punho –, recomendou antes aos seus apoiantes que ponham a sua fé em Deus e que “ignorem as elites políticas e os media”.

Palin foi muito criticada após o ataque à congressista Gabrielle Giffords em Tucson (Arizona), em 2011, que sobreviveu quase milagrosamente a tiros na cabeça, porque a tinha incluído numa lista de políticos democratas que queria ver afastados dos cargos nas próximas eleições. A sua popularidade desceu muito depois deste caso.

Agora, num momento em que vários políticos defensores do livre uso de armas pelos cidadãos norte-americanos estão a dar sinais de reconhecer a necessidade de estabelecer algum controlo, após o massacre de 20 crianças com idades entre os cinco e os sete anos e seis mulheres na escola Sandy Hook em Newtown, Connecticut, a comentadora do canal de televisão conservador Fox News usou a sua página do Facebook para alertar os cidadãos comuns que a escutam sobre a possibilidade de acharem sensatas as palavras desses políticos.

“Tudo se torna verdadeiramente desesperado se depositar a sua fé e esperança numa figura da elite da política ou dos 'media'”, garante Palin, ela própria uma mulher política que se define como antielite, como uma das figuras mediáticas do Tea Party. “Isto acontece porque o cidadão médio é mais verdadeiro e responsável do que o político médio ou a figura da elite dos 'media'”, acusa.

O seu texto no Facebook é todo um exercício de prevenção contra um debate que ponha em causa a Segunda Emenda da Constituição, que dá o direito aos americanos a ter armas e usá-las. “Quem ficar terrivelmente desapontado com os líderes políticos, porque ignoram os problemas reais, [saiba que o fazem] apoiados nos meios de comunicação, que nos bombardeiam com distracções irrelevantes para que não enfrentemos a realidade de uma cultura falida. Estas distracções servem para esconder os principais culpados da maioria dos nossos problemas”, afirma.

Deus é “a única esperança” – o título do longo post que colocou no Facebook. Outro comentador conservador, também presença cativa da Fox News, o ex-candidato às presidenciais Mike Huckabee, também trouxe Deus para o pós-massacre de Sandy Hook. “Perguntamos por que é que há violências nas nossas escolas, mas sistematicamente tirámos Deus das escolas”, disse na Fox. “Devíamos ficar surpreendidos por as escolas se terem tornado locais de carnificina?”

Huckabee, no entanto, recuou em relação a estas declarações, explicando que não quis dizer que se houvesse mais religião na escola de Sandy Hook o atirador Adam Lanza – que não andava na escola – não teria atacado aquele estabelecimento de ensino. 
 
 
 

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