A paixão por tempestades faz Artur Rebelo largar tudo para fotografar raios e coriscos

Artur Rebelo é caçador de tempestades em part-time. A paixão pela meteorologia já vem de longe e hoje corre o país atrás das melhores intempéries

O português Artur Rebelo já perdeu a conta aos quilómetros que percorreu para fotografar tempestades, um hobby que o faz largar tudo e agarrar no volante para ir atrás de raios e coriscos. Há sete anos que Artur Rebelo se tornou um caçador de tempestades, mas a paixão pela meteorologia já vem desde a infância, quando se punha à janela com a mãe a ver trovoadas.

“Depois comecei a fazer bodyboard, o que me obrigava a acompanhar as previsões meteorológicas. Tudo junto e com o evoluir dos tempos trouxe-me até este hobby”, disse à Lusa. O passatempo deste português, cozinheiro de profissão, resume-se a andar atrás de tempestades, segui-las e fotografá-las o melhor possível. Para isso, tem de estar sempre a acompanhar as previsões meteorológicas e tentar chegar ao local antes das tempestades.

“Tento ficar o melhor colocado possível e com segurança, porque a segurança vem em primeiro lugar sempre”, frisou. Uma vez no local, e além de fotografar as tempestades, Artur Rebelo gostava também de tirar outros dados como a pressão atmosférica e a precipitação, mas afirma que precisaria de material muito sofisticado e caro.

Para se manter a par das previsões meteorológicas, consulta o Instituto de Meteorologia e páginas de internet de meteorologistas amadores, onde os membros partilham informação dos vários pontos do país. Juntamente com três outros apaixonados por tempestades, Artur Rebelo criou o site Meteoalerta onde documentam as “caçadas” que já fizeram. Afirmando que este passatempo requer um “investimento grande”, Artur Rebelo diz que, além do gasóleo, tem de comer e dormir nos locais onde há tempestades.

O caçador de tempestades já correu o país atrás de tempestades, mas falhou o tornado que ocorreu a 16 de Novembro no Algarve. “Tive pena de não ir ao Algarve. Estava a 800 quilómetros, se estivesse a 100 teria ido”, afirmou. Todos os anos Artur Rebelo “faz” em média sete tempestades, mas a que lhe ficou na memória foi uma que aconteceu o ano passado em Coruche, onde fez um trabalho tão completo que o Instituto de Meteorologia ficou com a cartografia. Abandonar esta actividade é que está fora de questão: “Vou manter para a vida. Gosto de ver, gosto de mostrar o que se passa. Gosto da adrenalina de ir para o local”.

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