BE acusa Passos de “clientelismo político” e diz que novos cargos são “um escândalo”

Catariana Martins fala em “mais um escândalo sem nome deste Governo”.

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A propósito da X Convenção do Bloco, a sua prota-voz deu uma entrevista à Lusa Nelson Garrido

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) acusou hoje o primeiro-ministro de “clientelismo político”, ao criar novos cargos remunerados de executivos intermunicipais para os “dinossauros autárquicos”, situação que classificou como “um escândalo”.

 

“O primeiro-ministro, que disse não estar preocupado com as eleições, está na realidade numa acção de clientelismo político, a encontrar cargos cujas competências são vagas para os dinossauros autárquicos que não se poderão candidatar nas próximas eleições”, afirmou.

Em causa está a nova lei da transferência de competências para as autarquias e comunidades intermunicipais, debatida na quarta-feira no parlamento e que prevê, entre outros aspectos, a criação de 37 novos cargos remunerados de executivos intermunicipais.

Catarina Martins falava aos jornalistas em Faro, antes de uma sessão pública sob o tema “Governo de Esquerda”, marcada para hoje à noite no auditório do Instituto Português da Juventude (IPJ), e que conta também com a presença da deputada Cecília Honório.

Sublinhando que considera a criação destes cargos como uma “hipocrisia” e “mais um escândalo sem nome deste Governo”, a coordenadora do BE lamentou que se substituam cargos de autarcas por outros que não são eleitos directamente pelo povo.

“Eu julgo que esta hipocrisia de ao mesmo tempo acabar com cargos que são eleitos das populações e substituí-los por uns ‘jobs for the boys’ milionários e com competências vagas é um escândalo”, frisou, acrescentando que aqueles cargos serão nomeados pela “máquina do PSD”.

Catarina Martins referiu ainda lamentar que o anúncio da criação de “80 ou mais cargos” tenha sido feito na mesma altura em que o Governo decidiu acabar com mais de mil freguesias contra a vontade da população.

Segundo a coordenadora do Bloco de Esquerda, além de constituir um ataque à democracia, a criação destes cargos é também um ataque à regionalização.

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