Relvas garante que a saída de Nuno Santos da RTP não representa saneamento político
Declarações do ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares contrariam afirmações do ex-director de informação do canal público de televisão.
“O que é a gestão do dia-a-dia compete à administração da empresa, as linhas de orientação geral competem à tutela, ao accionista”, acrescentou Miguel Relvas. Para o ministro, o pedido de demissão de Nuno Santos, que foi imediatamente aceite pela RTP, é uma questão da responsabilidade da administração e que não pode ser entendido como um saneamento político. Miguel Relvas falava aos jornalistas antes de almoçar com representantes da imprensa no encontro nacional que decorreu da Pousada de Palmela, em que se falou da necessidade do apoio do Estado para garantir a sobrevivência de muitos órgãos de comunicação social de âmbito regional e nacional. No encontro participou também o presidente da Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC), Carlos Magno, que prometeu investigar as suspeitas levantadas pelo ex-director de informação da RTP. Carlos Magno reconheceu, no entanto, que se trata de um caso mais difícil de investigar, do que apurar o que se passou com a cedência de imagens da RTP à polícia, que está na origem da demissão de Nuno Santos. “As declarações de Nuno Santos levantam uma suspeita. E a obrigação da ERC é investigar essa suspeita ou, pelo menos, seguir essa pista. Hoje mesmo, no Conselho Regulador, eu espero propor que se abra um novo procedimento para se ver o que o Nuno Santos quis dizer e seguir a pista”, disse Carlos Magno. “Mas uma investigação destas é muito mais vaga e genérica do que a outra, das imagens e dos factos que ocorreram na RTP”, acrescentou.