Os rebeldes sírios da Frente al-Nusra são terroristas, dizem os EUA
As células da Al-Qaeda estão a ganhar terreno entre a oposição armada, adverte o Departamento de Estado.
De acordo com a agência AFP, a Administração americana está a identificar os grupos com ligações terroristas que estão activos na guerra neste país do Médio Oriente, que serão cada vez em maior número - os serviços secretos americanos estimam que nove por cento dos combatentes da oposição pertençam à al-Nusra.
A Frente al-Nusra é um grupo de combatentes jihadistas criado no Iraque que o Departamento de Estado ligou à Al-Qaeda. O Departamento do Tesouro juntou o nome dos seus dirigentes, Maysar Ali Moussa Abdallah al-Joubouri e d’Anas Hassan Khatab, à lista de pessoas cujo dinheiro deve ser seguido de forma a identificar o financiamento das operações.
A estratégia de Washington, explica o jornal espanhol El País, é isolar os grupos jihadistas dentro da oposição síria de forma a poder reconhecer quem são os grupos (ou o grupo) a ser formalmente designado como interlocutor. Quarta-feira, a secretária de Estado, Hillary Clinton, estará em Marraquexe (Marrocos) na reunião de um grupo denominado "Amigos da Síria" onde se avaliará a amalgama de grupos de oposição e se discutirá uma forma de unificar este movimento contra o regime de Assad. Um passo considerado necessário para derrubar o Presidente sírio e terminar a guerra civil no país.
O Governo dos Estados Unidos da América tem um grupo de trabalho a discutir formas de dar apoio directo, nomeadamente militar, à oposição. Há agentes dos serviços secretos no terreno na Turquia a avaliarem pontos de passagem para esse material, divulgaram na semana passada alguns jornais dos EUA. Até aqui, o apoio americano à oposição síria é feita indirectamente, via Qatar, e Washington insiste que não é militar.
“De momento apoiamos a oposição síria com assistência não letal. Outros países optaram por outras vias. Temos que entender bem quem apoiamos de forma a podermos apoiar as forças da oposição que favorecem uma Síria democrática, unitária e pluralista e não deixarmos que a nossa ajuda caia em mãos de extremistas", disse numa conferência de imprensa na segunda-feira a porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland.