Líder indígena pede apoio da Europa contra barragem na Amazónia

Cacique Raoni esteve no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, e alertou os eurodeputados para o polémico projecto da Barragem de Belo Monte.

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Raoni, em Estrasburgo, com o cocar na cabeça e o botoque no lábio: "Falem com o Governo brasileiro" Patrick Herzog/AFP

O cacique Raoni, um dos mais conhecidos líderes indígenas do Brasil, lançou um apelo, em Estrasburgo, para a que Europa intervenha contra a polémica Barragem de Belo Monte, que está a ser construída na Amazónia.

“Gostaria de pedir a vocês, europeus, que falem deste problema com o Governo brasileiro, que lhes passem a mensagem para que nos respeitem como povo indígena”, disse Raoni, que esteve esta terça-feira no Parlamento Europeu.

As autoridades brasileiras, disse Raoni, “querem as nossas terras, querem nos destruir e estou muito preocupado com o nosso povo”.

O cacique, com 82 anos, tem sido uma das principais vozes pela defesa da Amazónia. Tornou-se mais conhecido internacionalmente no final dos anos 1980, quando protagonizou uma campanha ao lado do cantor Sting.

Esteve já várias vezes na Europa, tendo recebido o apoio de vários líderes europeus, em diversos momentos, como François Mitterrand, Jacques Chirac, o Rei Juan Carlos e o príncipe de Gales. Nesta nova visita, foi recebido pelo novo Presidente francês, François Hollande.<_o3a_p>

A Barragem de Belo Monte, no rio Xingu, tem sido alvo de grande contestação, pelo seu impacto no ambiente e nas populações. Tribos indígenas do Alto Xingu podem ser afectadas pelo enchimento da albufeira.

Apesar disso, o projecto foi aprovado e as obras tiveram início em meados de 2011. Será o terceiro maior projecto hidroeléctrico do mundo, depois das barrages das Três Gargantas (China) e Itaipu (Brasil/Paraguai).<_o3a_p>

“O que se passa no Brasil preocupa-nos”, disse a eurodeputada ecologista Eva Joly, citada pela agência de notícias AFP. “São as empresas europeias que estão naquele mercado”. <_o3a_p>
 
 

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