Proprietários de lares encerrados contestam actuação da Segurança Social

Lares mandados fechar em Leiria alegam que sempre "passaram" em todas as inspecções

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Este ano já foram encerrados 71 lares Daniel Rocha

A proprietária dos dois lares encerrados na terça-feira em Leiria com carácter de urgência acusa o Instituto de Segurança Social (ISS) de não ter efectuado qualquer acção de fiscalização que justificasse o encerramento.

"Não houve uma inspecção para fechar, cartas, ou qualquer aviso", sublinhou Maria Cordeiro Silva, citada pela Lusa, garantindo que existem irregularidades no processo que irão ser refutadas junto do ISS.

Em nome da proprietária, o filho Rui Filipe disse aos jornalistas que "o encerramento foi violento, desumano e injusto para com os utentes" e que "colocou em risco o bem-estar psicológico" dos idosos. "Até hoje tinham sido passadas todas as inspecções e eram cumpridos todos os requisitos exigidos pela Segurança Social", afirmou.

Os lares em causa, Almoinhas I e II, albergavam 22 idosos, segundo o ISS, que explicou ainda que os encerramentos urgentes só são ordenados quando há "uma situação de perigo iminente para os direitos ou qualidade de vida dos utentes".

Neste caso em concreto, a decisão de encerramento urgente surgiu na sequência de acções de fiscalização realizadas pelos serviços do ISS. "A situação de todos eles [utentes] foi salvaguardada", assegurou. "Nestas situações, os idosos são encaminhados para as respectivas famílias ou reencaminhadas para instituições e lares legais já sinalizados e indicados pela Segurança Social."

Segundo dados facultados ao PÚBLICO pelo ISS, de Janeiro a 27 de Novembro de 2012 foram concluídos 1873 processos de fiscalização a equipamentos sociais, dos quais 619 foram a lares de idosos, tendo resultado em 71 encerramentos, 65 administrativos e seis urgentes.
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