Greves nos portos vão chegar aos preços dos bens alimentares

Agentes de Navegação de Portugal dizem que em breve os consumidores vão sentir os efeitos da paralisação dos trabalhadores portuários.

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Belmar da Costa afirma que efeito ainda não se nota nos preços dos alimentos Paulo Pimenta

Belmar da Costa, director-executivo da Associação dos Agentes de Navegação de Portugal, afirmou nesta quinta-feira que as paralisações nos portos de Lisboa, Setúbal, Figueira da Foz e Aveiro vão acabar por fazer subir os preços nos bens alimentares.

Em declarações à Antena 1, Belmar da Costa admitiu que este efeito “ainda não chegou”, mas que é uma questão de tempo: “Há de chegar um dia ao consumidor”, afirmou.

O director da associação que representa armadores nacionais e estrangeiros – quem explora os navios de transporte - diz que todos os produtos no mercado alimentar têm que ver, a algum ponto, com um transporte marítimo. "Logicamente, um navio que demora um dia a descarregar, mas se leva dois dias ou três dias vai ter um preço acrescido”, disse Belmar da Costa, que aponta em seguida para um efeito em cadeia que vai acabar por se traduzir num aumento dos preços no mercado. 

Está marcada para esta quinta-feira a aprovação da nova lei do trabalho portuário na Assembleia da República, contra a qual os sindicatos da Frente Comum têm vindo a protestar, por considerarem que a nova lei vai afectar os postos de trabalho e reduzir a segurança nos portos.

Os estivadores da Frente Comum convocaram também para hoje um protesto em frente ao Parlamento, no qual vão também estar presentes pelo menos 50 trabalhadores portuários de oito países europeus, de acordo com as informações recolhidas pelo PÚBLICO junto do sindicato dos estivadores do Centro e Sul, que tem encabeçado os protestos. 

 

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