Depois da Grécia, FNAC sai de Itália, mas mantém-se em Portugal

Dois anos depois de fechar as suas três lojas gregas, a FNAC confirmou a intenção de abandonar Itália. Em Portugal, a crise adia um plano de expansão que prevê o crescimento de 17 para 20 lojas.

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A FNAC vai retirar-se de Itália, onde tem lojas multimédia como a da imagem, em Milão Olivier Morin/AFP

Após o cessar de actividade na Grécia em 2010, onde mantinha três lojas, a FNAC sairá também de Itália. O anúncio foi feito ontem, dia em foi divulgada a venda da FNAC transalpina ao fundo de investimento Orlando Italy.

O anúncio de ontem do encerramento da FNAC italiana não é surpreendente. Já em Janeiro fora manifestado o desejo de abandonar aquele país. O movimento Salvemos a FNAC, então iniciado pelos 573 trabalhadores que a empresa emprega nas suas oito lojas italianas, não foi suficiente para alterar tais intenções.

Em Itália desde 2000, a FNAC mantinha instalações em Florença, Génova, Milão, Nápoles, Roma, Verona e Turim (duas lojas). Com entrada em Bolsa prevista para 2013, a empresa tem agora 164 lojas espalhadas por França – o país onde nasceu –, Bélgica, Espanha, Brasil, Suíça e Portugal, habitualmente referido como um dos casos de maior sucesso. E hoje, ao PÚBLICO, o director de marketing e comunicação institucional da FNAC Portugal, Viriato Filipe, disse que "a notícia do encerramento da FNAC italiana não terá qualquer implicação na estrutura e no plano de expansão da FNAC em Portugal".

Existem actualmente 17 lojas FNAC em Portugal. Um plano de expansão prevê, “a médio prazo”, a abertura de mais três. “Temos já novos locais em estudo e vamos continuar a privilegiar os maiores centros urbanos, alguns onde não estamos e onde é importante estar”, afirmara já no início de Novembro ao PÚBLICO, comentando a situação actual da FNAC portuguesa, Viriato Filipe. “Porém”, reconheceu, “a actual conjuntura económica obrigou a rever o calendário de investimentos.” Neste momento “a FNAC considera prioritário investir na renovação e na modernização dos actuais espaços de loja”, adiantou, acrescentando que, em 2012, fez para esse efeito um investimento de “mais de um milhão de euros”.

Em 2010, a empresa empregava 1665 trabalhadores. Sem precisar a evolução do número até ao presente, o director de marketing e comunicação da FNAC disse que “existem alguns ajustes normais nos efectivos das equipas, tal como costuma acontecer anualmente, e um ano difícil como o de 2012 não é excepção”.

Com a quebra de vendas de discos e livros, os produtos a que a empresa está habitualmente associada, a rentabilização do negócio passa pela “introdução de novas categorias de produto”: papelarias associadas à área de livros (foram instaladas dez novas em Junho), venda de merchandising de bandas e de instrumentos musicais e um maior investimento no segmento infantil, com a criação dos espaços FNAC Kids.

A FNAC Portugal pretende ainda reforçar a sua presença na plataforma digital. Em 2011, a facturação através do seu site correspondia a 6,5% do total de vendas. “Nos próximos três anos”, afirmou Viriato Filipe, “pretendemos duplicar o seu peso na facturação."
 

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