Danças Ocultas com Dom em estreia absoluta no Porto

A violoncelista e cantora brasileira Dom La Nena é a convidada do novo projecto dos Danças Ocultas, em digressão a partir de hoje

Foto
Às concertinas juntam-se desta vez violoncelo e voz Adriano Miranda

Para as feéricas concertinas dos Danças Ocultas, é uma nova aventura que hoje começa no palco da casa da Música no Porto: um trabalho conjunto com a violoncelista, cantora e compositora brasileira Dom La Nena. Com ela iniciam hoje uma digressão nacional de seis concertos onde apresentarão temas de ambos e temas rearranjados para poderem ser partilhados entre concertinas, violoncelo e, nalguns temas, voz

Dom La Nena, de seu verdadeiro nome Dominique Pinto, tem 23 anos e cresceu entre três países: Brasil (onde nasceu), Argentina e França (está radicada em Paris). Na sua breve mas já notada carreira, trabalhou com nomes como Jane Birkin, Étienne Daho ou Rosemary Standley, do grupo folk-rock Moriarty. Ela, o seu disco de estreia, chegou a Portugal em Novembro e será lançado nos Estados Unidos no início de 2013.

Como chegaram até Dom os Danças Ocultas? “Primeiro foi uma coincidência”, diz Artur Fernandes: o facto de ela ser agenciada em Portugal pela Uguru, que trabalha também com o grupo português. “Por uma curiosidade de parceiros, já tínhamos ouvido o trabalho dela e achámos que havia ali hipótese para um trabalho conjunto, numa certa ponte entre a música popular e a música erudita. Entretanto fomos conversando e surgiu essa oportunidade. Ensaiámos e chegámos a resultados interessantes, estimulantes até.”

O primeiro contacto deu-se no final de 2011. “O Filipe Cal [um dos músicos do grupo] foi ouvi-la e ficou entusiasmado. Mas só no Verão deste ano ocorreu uma relação mais próxima, que nos levou a começar a trabalhar em conjunto.” Neste espectáculo que prepararam, diz Artur Fernandes, “ela irá participar em alguns dos nossos temas e nós iremos tocar temas da Dom, com ela. Há uma certa partilha de reportório.”

Nos últimos três anos, os Danças Ocultas lançaram um álbum de originais, Tarab (2009) e uma colectânea, Alento (2011), que reuniu temas de Tarab e dos seus três antecessores (Danças Ocultas, 1996; Ar, 1998; e Pulsar, 2004). Com Alento refinaram em palco a sua especialização: Filipe Cal faz as harmonias, Artur Fernandes e Francisco Miguel as melodias e Filipe Ricardo toca uma imponente concertina baixo.

“Esta digressão”, diz Artur Fernandes, “vai pôr um ponto final no processo do Alento, onde em dois anos percorremos 14 países com 50 e tal concertos. Em Janeiro vamos começar a preparar um novo álbum de originais.” Não há ainda um conceito definido, mas as experiências recentes com outros músicos (Dom incluída) hão-de influenciar o resultado.

Depois do concerto de estreia, hoje no Porto (na sala 2 da Casa da Música, às 21h30), o espectáculo será apresentado em Dezembro em Aveiro (dia 1, no Teatro Aveirense), Lisboa (2, no São Jorge), Coimbra (6, no Auditório do Conservatório de Música), Sines (7, Centro de Artes) e, por fim, Portalegre (8, Centro de Artes do Espectáculo).
 

Sugerir correcção
Comentar