PCP diz que primeiro-ministro quer subverter o Estado democrático e perpetuar o “assalto fiscal”

O PCP identificou na entrevista do primeiro-ministro a perpetuação do “assalto fiscal” e de “subversão do Estado democrático”, considerando que Passos Coelho identificou como “desperdícios” a saúde, a educação e as prestações sociais.

 

“A ideia mais clara que resulta desta entrevista é que os portugueses têm a missão histórica de correr com este Governo e com a política de direita da troika, sob pena de terem um futuro pior do que o difícil presente que já têm”, disse o deputado do PCP João Oliveira aos jornalistas, no Parlamento.

Para o PCP, o primeiro-ministro deixou, na entrevista à TVI a ideia de “perpetuação do assalto fiscal” e de que não está em curso a “refundação do Estado”, mas uma “subversão do Estado democrático que a Constituição prevê”.

“Aquilo que o senhor primeiro-ministro disse a propósito dos cortes de quatro mil milhões de euros, identificando para falar de desperdícios dos Estado as áreas da saúde, da educação e das prestações sociais, dá bem a ideia do processo de subversão do Estado democrático que este Governo tem em preparação”, argumentou.

“Esta entrevista é clara em alguns aspectos. Por exemplo, ficámos a saber que o desemprego não é um acaso, faz parte da estratégia do Governo. As palavras do primeiro-ministro são ‘sem este desemprego nós não chegávamos lá’, lá a esse destino de desgraça que o primeiro-ministro e o Governo nos têm a apontar”, sustentou igualmente o deputado comunista.

Por outro lado, João Oliveira considerou que “a ideia com que o primeiro-ministro terminou a sua entrevista, dizendo que recusa qualquer renegociação, mas não rejeita ter que a fazer, significa que o Governo já tem em marcha um segundo programa dito de ajustamento, que será um segundo programa de roubo aos portugueses”.

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