Evgueni Bozhanov, um pianista de outras eras

Com uma forte personalidade interpretativa, o jovem pianista búlgaro está a fazer sensação no meio musical internacional. Hoje faz a sua estreia na Gulbekian

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O pianista búlgaro tem 28 anos DR

Há quem o considere a estrela do futuro, grupos de fãs que lhe dedicam blogs e páginas no Facebook e críticos que reagem com deslumbramento às suas interpretações. O pianista búlgaro Evgueni Bozhanov tem apenas 28 anos e tem sido finalista em várias competições internacionais sem ter, contudo, atingido o primeiro lugar nas mais prestigiadas, como é o caso dos concursos Van Cliburn, de Fort Worth (Texas), Rainha Elisabete, de Bruxelas, e Chopin, de Varsóvia.

Há quem o considere a estrela do futuro, grupos de fãs que lhe dedicam blogs e páginas no Facebook e críticos que reagem com deslumbramento às suas interpretações. O pianista búlgaro Evgueni Bozhanov tem apenas 28 anos e tem sido finalista em várias competições internacionais, sem ter, contudo, atingido o primeiro lugar nas mais prestigiadas, como é o caso dos concursos Van Cliburn, de Fort Worth (Texas), Rainha Elisabete, de Bruxelas, e Chopin, de Varsóvia.

Mas tal parece não ter afectado uma carreira cada vez mais intensa — bem pelo contrário — nem o lugar de eleição que ocupa junto dos melómanos. Sendo um dos favoritos do público no Concurso Chopin de 2010, na Polónia, o facto de não ter obtido a medalha de ouro gerou grande polémica na imprensa, à qual se seguiram numerosos convites para concertos e festivais. Conhecido pela sua original personalidade artística, pelo seu carisma e entrega total perante o repertório que interpreta, Bozhanov está a fazer sensação no meio musical. Esta tarde, às 19h, apresenta-se pela primeira vez na Gulbenkian, com um programa composto pela Sonata op. 31, n.º 3, de Beethoven; os Ländler, D. 790, de Schubert; e um conjunto de peças de Chopin (Valsas op. 64 n.º 3, op. 42 e op. 18, Barcarola op. 60 e Sonata n.º 3, op. 58) que retoma a sua primeira gravação a solo na etiqueta Fuga Libera. A 3 de Fevereiro de 2013, o pianista apresenta estas mesmas obras no Porto, na temporada da Casa da Música.

Apesar de as suas prestações nem sempre serem consensuais, Bozhanov parece não deixar ninguém indiferente. Frequentemente é comparado com os pianistas de outras eras, que arriscavam visões mais pessoais das obras e uma maior liberdade interpretativa, por oposição à tendência para a uniformização, a obsessão pela perfeição técnica e a competição desenfreada trazida pela globalização. Michael Moran, um comentador australiano, referiu que Bozhanov faz lembrar a geração de Ignaz Friedmann (1882-1948) pela sua imaginação e criatividade e um crítico americano (Scott Cantrell) afirmou, por ocasião do Concurso Van Cliburn, que “consegue produzir mais nuances de som num compasso de música do que a maioria dos pianistas em toda a vida.” Muitas outras afirmações bombásticas  — como a de uma senhora polaca, já idosa, que situa Bozhanov no “mesmo planeta” de Lipati, Horowitz e Michelangeli, os quais ouviu várias vezes ao vivo — são citadas de forma recorrente.

Nascido em 1984, em Rousse, na Bulgária, Evgueni Bozhanov começou a estudar piano aos seis anos e aos 12 dava o seu primeiro concerto público. Estudou com Boris Bloch, em Essen, e com Georg Friedrich Schenk, em Düsseldorf. Foi premiado em diversos concursos desde o finais da década de 1990, mas foi a partir de 2009 (data em que foi finalista do Van Cliburn) que começou a chamar a atenção do meio musical internacional e que a sua carreira deu um salto, acompanhada por um grupo crescente de melómanos entusiastas.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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