PSD acusa Seguro de defender "política de bancarrota"

Deputada Teresa Leal Coelho respondeu ao líder socialista, que acusou o Governo de falhar no cumprimento das metas do défice.

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Teresa Leal Coelho foi a porta-voz do PSD Pedro Cunha

A vice-presidente do PSD Teresa Leal Coelho acusou neste sábado o secretário-geral do PS, António José Seguro, de recusar introduzir limites legais ao défice e à dívida e associou-o ao que chamou de "política da bancarrota".

Numa declaração na sede nacional do PSD, em que não respondeu a perguntas da comunicação social, Teresa Leal Coelho alegou que António José Seguro está a preparar-se para as próximas eleições e que, por isso, utiliza um discurso populista e recusa cooperar com o Governo.

"Não quer acompanhar-nos na fixação de um direito fundamental de todos os portugueses, que é a 'regra de ouro', a garantia de que não mais neste país algum Governo poderá vir a gastar mais do que é possível, que nunca mais um Governo possa onerar as gerações presentes e as gerações futuras", afirmou a vice-presidente do PSD.

Teresa Leal Coelho referia-se ao princípio acordado na União Europeia de inscrição na legislação dos Estados-membros de limites ao défice e à dívida, que tem sido chamado de "regra de ouro".

"António José Seguro prefere fugir dessa auto-limitação que os partidos responsáveis pretendem introduzir em Portugal, precisamente porque, como sabemos, durante seis anos acompanhou e aplaudiu uma política da bancarrota, que nos trouxe aonde estamos e efectivamente onera a vida dos portugueses no presente e onera a vida dos portugueses para o futuro", acusou.

Antes, Teresa Leal Coelho, que é também deputada e vice-presidente da bancada do PSD, respondeu às críticas feitas pelo secretário-geral do PS, em Vila Viçosa, à execução orçamental deste ano.

Teresa Leal Coelho acusou-o de omitir que, em acordo com a troika, a meta do défice foi revista de 4,5% para 5% e de não ter em conta as receitas extraordinárias da concessão da ANA - Aeroportos de Portugal.

"O PS não quer apresentar alternativas, não quer cooperar na consolidação orçamental e na manutenção de um equilíbrio financeiro permanente. Prefere efectivamente preparar-se para as próximas eleições, o que não serve Portugal, nem os portugueses, nem o próprio PS", acrescentou.

A dirigente nacional social-democrata defendeu que "os partidos devem assumir a sua quota-parte de responsabilidade na promoção daquilo que pode ser um direito permanente a uma vida condigna" e que os socialistas estão a fugir à sua responsabilidade.

"O PS não tem esse entendimento, nós iremos prosseguir o nosso caminho, juntamente com a Europa", afirmou.

"É lamentável que o PS, num momento em que se discutem as perspectivas financeiras no plano europeu, não esteja connosco a apresentar soluções que possam garantir a todos em Portugal e na Europa as condições que um Governo, seja ele qual for, deve assegurar no presente e no futuro", reforçou.

Neste sábado, em Vila Viçosa, a propósito dos mais recentes dados da execução orçamental, o secretário-geral do PS acusou o Governo de ter pedido "pesados sacrifícios" aos portugueses sem conseguir os prometidos resultados ao nível da redução do défice.

Segundo António José Seguro, a meta do défice para este ano, 4,5% - entretanto revista pelo Governo para 5%, em acordo com a troika - não vai ser atingida e o défice deverá ficar "acima dos 6%".

O secretário-geral do PS afirmou que actualmente "o défice não está controlado, a dívida aumentou, já vai em cerca de 120%, o desemprego é o maior da história" de Portugal e "a economia está a cair" e alegou que "a derrapagem orçamental podia ter sido evitada", se o Governo tivesse apostado "na economia e no crescimento".

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