Cartas à directora

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Alemanha do Far West

Não entendi aquela grande raiva aquando da visita da Sr.ª Merkel, como se ela fosse a origem dos nossos males e devesse ser a solução para todos os nossos problemas. Se calhar alguns alemães têm inveja das condições de vida naturais do nosso país, do clima, dos vinhos, da gastronomia, das praias, de um certo saber bem viver que lhes falta e, por isso, não terão grande pena de nós se ficarmos a penar. Mas daí a eles serem a origem dos nossos males, só se for pelo rios de fundos europeus que para cá correram abundantemente durante tantos anos, em boa parte por eles financiados, e aos quais ficámos mal habituados. Serviram para fazer muita coisa, inclusive auto-estradas paralelas separadas por centenas de metros como a A1 e a A29 entre Estarreja e Aveiro. Por outro lado, ao pensar em Auto-europa, Continental e Bosch, fico convencido de que os alemães podem certamente ser parte da nossa solução. E se, em vez de insultar a senhora, nos preocupássemos com que estas empresas não partam e mostrássemos que ficaríamos contentes era se outras mais para cá viessem? (...)

Quando se dá o exemplo da Alemanha de Leste e se pede um paralelo, não sei se estará claro para todos que a ex-RDA foi anexada e ficou a ser governada pelos outros. É isto que querem para cá? Sermos a Alemanha do Far West? Às tantas, pensando bem e friamente, nem seria má ideia. Pouparíamos o custo do nosso Governo e evitaríamos os desgovernos das auto-estradas redundantes e afins. Para que nos serve a soberania se não nos conseguimos governar!?

Carlos J. F. Sampaio, Esposende

Unanimismos

Não gosto, por norma, de unanimismos. Sobre a manifestação de 14/11, dia da greve geral, condeno absolutamente os energúmenos que conseguiram transformar aquilo num recetor de hooliganismo futebolístico. Por outro lado, não entro em sintomatologias laudatórias relativamente à carga policial. Os energúmenos não ultrapassavam a vintena. Eram sempre os mesmos os que atiravam pedras. Encontravam-se na primeira fila, distanciados dos manifestantes "normalizados". Eram até estes que se autodistanciavam. Os outros encontravam-se, pois, facilmente detetáveis. Por conseguinte, não seria tarefa complicada proceder à sua detenção. Bastava, por parte da polícia, ter seguido outra estratégia de atuação. Mais cedo e sem grande aparato.

J. Ricardo, Torre de Moncorvo

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