Melhores leilões de sempre da Christie’s e Sotheby’s de arte do pós-guerra e contemporânea

Foto
Statue of Liberty foi a peça mais desejada de Warhol DR

O impressionismo e a arte moderna, protagonistas dos leilões da semana passada em Nova Iorque, não entusiasmaram o mercado. Mas terça e quarta-feira à noite, com o foco voltado para a arte do pós-guerra e contemporânea, o cenário foi bem diferente e as vendas superaram os 707 milhões de euros.

No dia 13, a Sotheby’s fez o melhor leilão da sua história, com sete das obras vendidas por mais de 20 milhões de dólares (15,6 milhões de euros), noticiou a agência Reuters. Dos 73 lotes disponíveis, garantiu o diário espanhol El País, apenas três ficaram por vender numa sessão que rendeu, no total, 295 milhões de euros e teve um Rothko, No.1 (Royal red and blue), a ultrapassar a barreira dos 52 milhões, bem acima das expectativas mais optimistas.

Mas, no dia seguinte, a rival Christie’s provou que a injecção de adrenalina que os coleccionadores tinham recebido na véspera podia produzir resultados ainda melhores. A leiloeira fez numa só noite – duas horas e meia de licitação intensa, escreve o jornal New York Times - mais de 412 milhões de dólares (323 milhões de euros), estabelecendo onze recordes de vendas para artistas como Jeff Koons, Jean-Michel Basquiat e Richard Diebenkorn. Mas foi de Franz Kline a subida mais significativa, já que o anterior recorde de 7,2 milhões de euros foi esmagado pelo actual, de 31,6 milhões.

“Esta foi uma venda verdadeiramente extraordinária”, disse à Reuters o presidente da Christie’s para a Europa, Médio Oriente e Rússia, Jussi Pylkkanen, que foi também o leiloeiro de serviço. “É óbvio que há uma enorme energia no mercado da arte do pós-guerra e contemporânea. É muito provável que vejamos mais recordes a serem batidos.”

Apesar de artistas como Roy Lichtenstein, Koons e Rothko terem atingido somas impressionantes, foi um habituée dos leilões o grande protagonista da noite na Christie’s – Andy Warhol. O seu Statue of Liberty, vendido por 34,2 milhões de euros (a estimativa era que não ultrapassasse os 27,4 milhões), foi muito disputado, assim como outra das obras deste ícone da pop – a imagem de um Marlon Brando sexy (Marlon, 1966) que seis licitadores queriam levar para casa.

Para Carol Vogel, do New York Times, o recorde de Franz Kline tem uma explicação - este pintor do expressionismo abstracto era, pelo menos até à noite de quarta-feira, subvalorizado.


 

Sugerir correcção
Comentar