Marlene Correia Ferraz é o prémio revelação Agustina-Bessa Luís 2012

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A autora, Marlene Ferraz, tem 32 anos DR

O júri do prémio literário revelação Agustina Bessa-Luís, presidido por Vasco Graça Moura, distinguiu a estreante Marlene Correia Ferraz e o seu romance A Vida Inútil de José Homem, que será agora editado pela Gradiva.

Esta é a 5.ª edição do prémio e o júri elogiou a "apreciável desenvoltura narrativa e uma relação criativa com a língua portuguesa" que encontrou em A Vida Inútil de José Homem, além da temática - “evidencia situações dramáticas da memória histórica portuguesa africana, num enquadramento interessante e, em certa medida, original”, indica o júri, citado em comunicado.

Marlene Correia Ferraz, 32 anos, que tem em A Vida Inútil de José Homem o seu primeiro romance, é de Viana do Castelo e decidiu começar o romance no Outono de 2011, "entre folhas soltas com anotações sobre a guerra civil de Angola e alguns amores imperfeitos". Em comunicado, a autora, psicóloga clínica de profissão, descreve o seu processo de escrita e as suas inspirações, que vão de documentários passados na RTP2 ao contacto com histórias de gerações passadas. "Na terra onde madurei há ainda homens que estiveram na guerra civil. Um deles pinta ainda hoje os animais e o arvoredo, as mulheres pretas e nuas e os homens soldados. Um vizinho também foi levado pela PIDE e nunca mais voltou, só num grande silêncio, mas a história já não é a mesma”, lê-se na nota.

O prémio, no valor de 25 mil euros, é atribuído desde 2008 pela Estoril Sol e destina-se a autores com menos de 35 anos e que nunca tenham publicado um romance. O seu júri é presidido pelo escritor e ensaísta Vasco Graça Moura e composto por Guilherme D`Oliveira Martins, José Manuel Mendes, Maria Carlos Gil Loureiro, Manuel Frias Martins, Maria Alzira Seixo, Liberto Cruz, Nuno Lima de Carvalho e Dinis de Abreu. A decisão foi tomada por maioria.

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