Uma eleição com 31 milhões de tweets
As eleições norte-americanas foram fortemente seguidas nas redes sociais: o Twitter e o Facebook registaram resultados recorde. Donald Trump expressou o seu descontentamento no Twitter com frases iradas sobre o sistema eleitoral norte-americano e apelando a uma revolução. Mais tarde, apagou alguns desses comentários. Obama escreveu três tweets seguidos depois de ter saído vitorioso. Um deles é já o mais popular e retweetado (partilhado pelos utilizadores do Twitter) de sempre.
Pouco tempo antes de serem anunciados os resultados da noite eleitoral norte-americana, Donald Trump, apoiante de Mitt Romney e um dos principais defensores da teoria de que Obama pode não ter nascido nos Estados Unidos, (o que, por lei, o impossibilitaria de ser presidente), expressou no Twitter o seu descontentamento pelo rumo que a noite estava a levar: “Esta eleição é uma farsa total. Não somos uma democracia”, escreveu.
Depois de as televisões começarem a projectar a vitória de Barack Obama, Trump continuou a reagir nessa rede social, escrevendo frases como "o nosso país está em grandes sarilhos... como nunca antes” ou “o colégio eleitoral é um desastre para a democracia”.
Segundo a Associated Press, na quarta-feira, o multimilionário norte-americano apagou alguns tweets, incluindo aqueles em que apelava a uma revolução e em que incorrectamente dizia que Obama tinha perdido o voto popular (os últimos resultados indicam que o presidente reeleito tem 50,4% do voto popular, face aos 48% de Romney).
Quando soube que tinha sido reeleito presidente dos Estados Unidos da América, Obama agradeceu aos eleitores no Twitter: “Isto aconteceu por vossa causa. Obrigado”. Nesta quinta-feira, a mensagem já tinha sido retweetada mais de 248 mil vezes.
Dois minutos depois de ter agradecido a quem votou nele, Obama partilhou uma fotografia do casal presidencial abraçado. Juntamente com a fotografia estava a mensagem: “Mais quatro anos”:
Four more years. twitter.com/BarackObama/st…
— Barack Obama (@BarackObama) novembro 7, 2012
Ao fim de 30 minutos, com 298.318 retweets, tornou-se o tweet mais reproduzido de sempre. O número ainda está a aumentar. Esta quinta-feira já tinha sido retweetada mais de 782 mil vezes.
Na página oficial de Barack Obama no Facebook, onde também foi publicada, a fotografia recolheu quase quatro milhões de “gostos” e já foi partilhada por mais de 547 mil pessoas.
Cem milhões de votos e 31 milhões de tweets depois, o Twitter também celebrou os seus resultados na noite eleitoral:
One hundred million votes and 31 million Tweets later, Election Day 2012 has come to a close: blog.twitter.com/2012/11/electi…
— Twitter (@twitter) novembro 7, 2012
A empresa registou números recorde, atingindo 327.452 tweets por minuto no momento em que as televisões norte-americanas avançaram as primeiras projecções que davam a vitória a Obama.
O director criativo do Twitter, Doug Bowman, resumiu o desempenho do Twitter na noite das presidenciais com três palavras: “RIP Fail Whale”, numa referência à imagem da baleia sorridente que aparece quando o sistema está sobrecarregado devido ao elevado número de tweets num determinado momento.
Na noite de 7 de Novembro, a baleia não apareceu, apesar do elevado tráfego do site, o que está a ser visto, pelo Twitter, como um sucesso.
O "Huffington Post" escolheu alguns dos tweets que, segundo o site, vão ficar na história do Twitter por terem ajudado a definir a noite eleitoral.
Para além dos tweets de Obama e de Donald Trump, o "Huffington Post" dá destaque a outros protagonistas, como Tammy Baldwin, a primeira senadora homossexual eleita nos EUA, que escreveu: “Não concorri para fazer história. Concorri para fazer a diferença”. Nate Silver, guru da análise eleitoral no "The New York Times", também está a ser muito elogiado por ter acertado nos resultados das eleições e aproveitou o momento: “Talvez esta seja uma boa altura para deixar aqui o link do meu livro”.
O dia das eleições registou 9,27 pontos numa escala de 10 no Facebook Talk Meter, uma ferramenta que mede o nível de actividade no Facebook em torno de um evento específico. Foi o valor mais elevado do ano entre os utilizadores norte-americanos.