TAP acumula prejuízos de 50,3 milhões até Setembro

Apesar dos resultados positivos nos meses do Verão, os prejuízos de 140 milhões registados no primeiro semestre não permitiram um regresso aos lucros, em vésperas de privatização.

O grupo TAP, que engloba a companhia de aviação e participadas como a Groundforce (handling) e a M&E Brasil (manutenção), chegou ao final do terceiro trimestre com perdas acumuladas de 50,3 milhões de euros. A melhoria verificada nos meses do Verão não compensou as perdas registadas no primeiro semestre.

Um comunicado enviado nesta quarta-feira pela empresa refere que, entre Julho e Setembro, o grupo, que está em processo de privatização, gerou lucros de 89,7 milhões, que abatem aos 140 milhões sofridos entre Janeiro e Junho. A recuperação sentida nos últimos meses ficou a dever-se ao desempenho do negócio da aviação, que registou um resultado positivo de 102,3 milhões, o que significa um aumento de 21% face a 2011.

“Trata-se do melhor trimestre de sempre da história da TAP, o que ganha maior relevância quando se verifica que o preço dos combustíveis continuou a subir de forma significativa”, lê-se no comunicado.

Entre Julho e Setembro, a companhia de aviação da TAP transportou mais de 3,1 milhões de passageiros, com destaque para o mês de Agosto. No comunicado, o presidente do grupo, Fernando Pinto, refere que este desempenho confirma “a capacidade de adaptação e eficiência que hoje caracterizam a empresa”.

Entre os mercados que mais cresceram encontram-se a Europa e, em especial, o Reino Unido, a Bélgica, o Luxemburgo, a Alemanha, a Escandinávia e o conjunto dos países do Leste. A companhia destaca ainda o desempenho dos Estados Unidos, mercado que registou um crescimento de 22%.

Em termos acumulados, a companhia já transportou 7,8 milhões de passageiros desde Janeiro, o que representa um aumento de 4,1% face ao mesmo período do ano passado.

M&E Brasil é a grande responsável pelos prejuízos

Os lucros registados na área da aviação durante os meses de Verão foram penalizados pelos resultados de outras participadas do grupo, como a M&E Brasil, que registou perdas de 13,7 milhões neste período. No acumulado do ano, esta empresa, adquirida à falida Varig em 2005, soma prejuízos de 34,4 milhões.


Já a Groundforce, detida em 49,9% pela TAP e em 50,1% pelo grupo privado Urbanos, chegou a Setembro com lucros de 1,1 milhões. No entanto, tendo em conta que no primeiro semestre a empresa de handling teve perdas de 2,3 milhões, o resultado acumulado continua negativo em 1,2 milhões de euros.

A TAP está neste momento em processo de privatização, tendo havido uma única oferta não-vinculativa de compra, por parte do milionário colombiano-brasileiro Germán Efromovich. O investidor, que está neste momento a auditar o grupo em Portugal, terá de entregar uma proposta definitiva até 7 de Dezembro, caso decida avançar com o negócio.

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