Novos iPads batem recorde, mas Apple perde mercado

Os dois novos modelos da Apple venderam na estreia o dobro do que o anterior iPad tinha conseguido nos dias de lançamento

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Clientes experimentam o iPad mini numa loja em Londres. A Apple não divulgou as vendas de cada modelo

A Apple anunciou ter vendido três milhões de unidades do iPad mini e do iPad de quarta geração entre sexta-feira e este domingo. As vendas batem os anteriores lançamentos, numa altura em que, segundo a IDC, a empresa está a perder quota no mercado dos tablets.

Os dados revelados pela Apple indicam que, neste fim-de-semana de estreia, os dois novos modelos venderam o dobro do que o anterior iPad tinha conseguido nos dias de lançamento. 

A empresa, porém, não revelou que parte das vendas diz respeito a que modelo e o número divulgado não permite esclarecer se o iPad mini, que é mais pequeno e mais barato (em Portugal, está à venda a partir de 339 euros), veio prejudicar as vendas do modelo de maiores dimensões.

A nota emitida pela multinacional diz apenas que a procura pelo iPad mini esgotou as reservas. Esta é a primeira vez que a Apple lança dois modelos de iPad em simultâneo.

O iPad mini tem um ecrã de 7,9 polegadas e foi desenhado para concorrer com dispositivos de tamanho semelhante comercializados por rivais como o Google e a Amazon.

O iPad de quarta geração tem o tamanho dos anteriores e traz algumas melhorias técnicas.  Também esta segunda-feira, a empresa de análises IDC divulgou informação sobre o mercado mundial de tablets, segundo a qual, no terceiro trimestre deste ano, a Apple continuava a liderar o segmento, embora esteja a perder quota de mercado face a uma explosão de vendas da Samsung. 

Os dados mostram que a Apple enviou para o retalho em todo o mundo, entre Julho e Setembro, 14 milhões de unidades, um aumento face aos 11,1 milhões registados no mesmo trimestre de 2011. Porém, a quota de mercado desceu de quase 60% para 50,4%. Já a procura pelos aparelhos da Samsung disparou 325%, com a multinacional coreana a enviar para o retalho 5,1 milhões de tablets ao longo do trimestre passado e a quase triplicar a quota de mercado, que estava no terceiro trimestre nos 18,4%. 

A Samsung “oferece uma gama vasta de tablets, com vários tamanhos de ecrã e várias cores, e isso claramente chamou mais compradores”, escreveu Ryan Reith, da IDC, notando que é a primeira vez que um fabricante que não a Apple consegue uma quota de mercado tão grande desde o lançamento do primeiro iPad, que veio inaugurar o mercado dos tablets modernos em Abril de 2010. 

Amazon em terceiro

O terceiro lugar ao nível mundial é ocupado pela Amazon, que lançou este ano novos modelos do Kindle Fire e que vendeu 2,5 milhões de unidades. A posição da Amazon no pódium de fabricantes é conseguida apenas graças ao mercado americano: só neste quarto trimestre é que a empresa começou a vender o Fire em mercados que não o dos EUA, alargando a oferta a mais cinco países, entre os quais não está Portugal. 

A Asus, em quarto lugar, teve um crescimento de 243% face ao terceiro trimestre de 2011, com 2,4 milhões de tablets enviados para o retalho, que se traduzem em 8,6% do mercado total. O crescimento deve-se em boa parte ao facto de ser a Asus que fabrica o Nexus 7, um tablet desenvolvido em parceria com o Google e que chegou recentemente a Portugal (onde custa 249 euros, menos do que o rival iPad mini). 

As vendas da Samsung, Amazon e Asus dizem respeito a aparelhos com Android. Foi só neste quarto trimestre que o novo Windows chegou ao mercado e, com ele, uma multiplicidade de aparelhos de vários fabricantes. “Com a recente introdução de vários tablets com Windows 8 e Windows RT, os consumidores têm uma terceira plataforma viável para escolher”, observou Ryan Reith.

“Contudo, os preços são críticos nos tablets e a Microsoft e os parceiros terão um trabalho duro para conquistar uma parte da carteira dos consumidores com preços que começam nos 500 dólares”. 

Segundo dados recentemente enviados ao PÚBLICO pela subsidiária portuguesa da IDC, a empresa prevê que sejam vendidos 222 mil tablets em Portugal até ao final do ano, com a Apple a terminar 2012 com uma quota estimada de 53% do mercado.

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