Dinamarca ameaça vetar orçamento europeu

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David Cameron não aceita aumento no orçamento superior à inflação Foto: Andrew Yates

Depois do Reino Unido, agora é a vez da Dinamarca dizer que poderá vetar o orçamento plurianual da União Europeia (UE). O país nórdico reclama diminuição da contribuição do país, enquanto David Cameron rejeita que o orçamento tenha um aumento superior à inflação.

A primeira-ministra dinamarquesa, Helle Thorning-Schmidt, admitiu hoje vetar o orçamento da UE para 2014-2020, caso não consiga diminuir a contribuição do país, avança a agência Lusa. "A nossa principal mensagem para os outros países e pela qual iremos lutar, é que devemos ter um 'desconto' e não queremos pagar pelos 'descontos' de outros países ricos", afirmou Thorning-Schmidt, durante uma reunião com os membros da comissão dos Assuntos Europeus do Parlamento dinamarquês, citada pela Lusa. Na mesma reunião, a chefe do Governo dinamarquês indicou que irá reclamar cerca de 134 milhões de euros.

A posição do governo de Copenhaga é divulgada alguns dias depois de o primeiro-ministro britânico, David Cameron, ter ameaçado vetar o orçamento comunitário, por considerar que este contém aumentos da despesa que são "inaceitáveis". Hoje mesmo, David Cameron alertou o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, que não aceitaria um aumento no orçamento europeu acima da inflação, noticiou a Reuters. Este alerta surge no contexto de uma deslocação de Van Rompuy a Londres, para se encontrar com o primeiro-ministro britânico.

“Eles (David Cameron e Nick Clegg, vice-primeiro-ministro) reiteraram que, numa altura em que os membros da UE estão a tomar decisões difíceis no que toca ao corte da despesa interna, não é apropriado que os gastos da UE aumentem”, disse o porta-voz de David Cameron, citado pela Reuters. Nas declarações de hoje, o porta-voz rejeitou confirmar se o primeiro-ministro britânico voltou a ameaçar vetar o orçamento europeu.

A presidência cipriota da UE vai submeter, na segunda-feira, uma contraproposta do orçamento europeu para o período 2014-2020, com uma redução global de pelo menos 40 mil milhões de euros face à sugestão inicial da Comissão Europeia, disseram fontes próximas do processo à AFP, citada pela Lusa. O documento a apresentar pelo Chipre prevê um orçamento igual a 1% do PIB da UE, contra os 1,11% implícitos na proposta apresentada pela Comissão Europeia em 2011. A anterior proposta foi rejeitada pelo Reino Unido, França, Alemanha, Holanda, Finlândia, Suécia e Áustria.

O orçamento plurianual comunitário deverá ser discutido numa cimeira extraordinária agendada para 22 e 23 de Novembro, segundo a Lusa. O Presidente francês, François Hollande, já afirmou que antevê "várias noites" de discussão.

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