Seixal Jazz regressa ao auditório municipal

Foto
Jazzafari abre hoje o festival DR

Aquele que já foi um dos mais importantes festivais de jazz do nosso país, o Seixal Jazz, entra na 13.ª edição com um statement anticrise. O muito esperado regresso ao Auditório Municipal do Seixal acontece nesta quarta-feira e dura até sábado, dia 27.

Com um importante historial onde cabem espectáculos memoráveis de Dave Holland, John Scofield, Michael Brecker, Ken Vandermark, Joe Lovano, Brad Mehldau, Mingus Big Band, Sam Rivers ou Kurt Rosenwinkel, entre muitos outros, o festival foi por diversas vezes afectado por dificuldades que ditaram a interrupção da periodicidade anual ou a transferência da totalidade dos concertos para o café-concerto, situado nos antigos refeitórios da Fábrica Mundet.

Este ano, como que querendo marcar posição num período particularmente difícil da nossa história, o festival regressa em pleno ao Auditório Municipal com uma programação que, apesar de relativamente humilde, tem como ponto forte um equilíbrio, cada vez mais necessário, entre propostas nacionais e internacionais.

Assim, a abertura do Festival cabe hoje, quarta-feira, ao Jazzafari Unit (22h00), projecto liderado pelo jovem vocalista Jazzafari que, às raízes clássicas do jazz junta influências do hip-hop ou do reggae. A seu lado uma super banda recrutada entre a nata do jazz nacional; Ricardo Toscano (saxofone), Diogo Duque (trompete e fluguel), Vitor Zamora (piano), Carlos Barretto (contrabaixo) e Alexandre Frazão (bateria).

Segue-se, na quinta-feira, aquele que será um dos pontos altos do festival; o Ray Anderson/Marty Ehrlich Quartet (22h00), dando continuidade a uma colaboração que dura há mais de 30 anos e que teve início nas fileiras dos grupos de Anthony Braxton. A Anderson (trombone) e Ehrlich (saxofone alto, clarinete e flauta) juntam-se Brad Jones (contrabaixo) e Matt Wilson (bateria), num espectáculo a não perder.

Na sexta-feira dá-se o regresso aos projectos nacionais com a super dinâmica Tora Tora Big Band (22h00), projecto onde se destacam as presenças de Lars Arens, Johannes Krieger, Desidério Lázaro e Sebastian Scheriff. Na apresentação de Salteado, o seu mais recente registo, irão fundir como habitual os universos do jazz e da world com géneros como o funk, o afro-beat, o reggae ou o drum’n bass, numa fusão exuberante que apela à festa e à dança.

Por fim, no sábado, regresso aos sons mais vanguardistas do jazz com a banda Angles (22h00), do saxofonista sueco Martin Kuchen. Aclamados pela linguagem inovadora e pelas dinâmicas das suas composições e arranjos, são também conhecidos pela fortíssima energia que destilam em palco. Um fecho em grande para um festival que faz já parte da história do jazz em Portugal.

Sugerir correcção
Comentar