“Pots, Pans & Other Solutions”: o retrato da Islândia pelo realizador Miguel Marques

O realizador traz-nos os testemunhos dos cidadãos islandeses que, depois do colapso financeiro de 2008, se organizaram e exigiram uma maior participação democrática no país

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solja/Flickr

Em discurso directo, os activistas explicam por que razão deixaram de confiar no sistema político, como se organizaram e que desafios propuseram à sociedade civil e à classe política.

 

Neste documentário, entre outras iniciativas, é-nos dada a conhecer a criação de novos movimentos, novos partidos e de uma Constituição colaborativa, que contou com as redes sociais para garantir que toda a população teria um espaço para elaborar as suas propostas.

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Rui Marçal é trabalhador e estudante de Ciências Sociais

 

Para Miguel Marques, o facto de haver “cada vez menos garantias de ainda vivermos num sistema democrático” serviu de impulso para a realização.

 

A escolha da Islândia como pano de fundo deveu-se sobretudo às “provas que o país prestou” nesse contexto crítico. Entre elas, destaca “o referendo ao pagamento das dívidas dos bancos no exterior” e o “inquérito exaustivo aos motivos do 'crash' económico”.

 

O realizador afirma ainda que encontrou um país “que percebeu que estava a ser enganado pelos bancos e pelos políticos e resolveu fazer alguma coisa”, já que poderia ser um “exemplo inspirador”.

 

Em relação a Portugal, acredita que “as consciências estão bem despertas”, mas alerta para o facto de, apesar da apatia aparente, podermos asssistir a “um despertar de vontades”.

 

"Pots, Pans & Other Solutions" está disponível no site onde o espectador é convidado a dar um contributo, pagando um “bilhete” de cinco euros ou comprando o DVD por dez euros. Encontra-se também em exibição em diversas cidades, entre elas, Coimbra, Porto, Lisboa e São Paulo.

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