FMI dispensa revisão do PIB português previsto para 2013

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Foto: Bogdan Cristel/ Reuters (arquivo)

O Fundo Monetário Internacional (FMI) diz que não há necessidade de rever previsões relativas ao produto interno bruto (PIB) português do próximo ano, porque elas já foram feitas tendo em conta o acerto dos multiplicadores que permitem calcular o efeito da austeridade sobre a actividade económica.

A posição do FMI, divulgada num documento enviado ontem à noite à comunicação social portuguesa, tem a ver com os chamados multiplicadores de austeridade – variáveis que tentam estimar o impacto da austeridade na evolução económica, segundo a rádio TSF, que avançava a notícia hoje de manhã.

Naquele documento, o chefe da missão do Fundo para Portugal, Abebe Selassie, diz (citado pela Antena 1) que os erros de cálculo da instituição sobre a austeridade não se reflectem no caso português, e que o aconselhamento prestado pela instituição em matéria orçamental continua a ser pragmático e coerente.

E adianta que o FMI não considera necessária uma revisão das previsões de diminuição do PIB, inclusive para 2013, que foram acordadas com o Governo durante as discussões da quinta avaliação do programa de assistência financeira, em Lisboa. Estas previsões, sublinha Selassie, presumem a actuação de um multiplicador orçamental mais elevado.

No sei relatório semestral sobre o estado da economia mundial tornado público, conhecido no dia 8, o FMI começou a corrigir algumas contas: por cada euro de austeridade, a economia não cai 0,5 euros, mas sim entre 0,9 e 1,7 euros.

Assim, o FMI veio reconhecer que as medidas de contenção orçamental aplicadas em vários países em todo o globo estão a ter, nos últimos anos, um impacto negativo na economia muito maior do que aquilo que os modelos que estão a ser utilizados previam.

O FMI admite que este tema vai ser discutido na reunião da próxima semana do conselho de administração da instituição, que vai deliberar sobre a quinta avaliação do programa de assistência financeira a Portugal.

O chefe da missão do FMI para Portugal, Abebe Selassie, também que o país registou “progressos notáveis nos últimos 18 meses”, mas considerou que “o ajustamento orçamental é imperativo e tem de prosseguir”, numa declaração feita em Washington citada pela agência Lusa.

Reconhecendo que economias nestas condições “precisam de passar por um processo de ajustamento orçamental”, o chefe da missão do FMI em Portugal alertou que “é preciso ter em conta as circunstâncias de cada país”, recordando as palavras da directora-geral do FMI.

Recentemente, Christine Lagarde disse que “um programa de ajustamento orçamental por um determinado período não pode ser a solução a aplicar a todas as circunstâncias”.

Notícia actualizada às 9h48

, com as declarações de Salassie sobre a actualização dos multiplicadores para a previsão do PIB relativa a 2013.

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