Empresa argentina Corporación América interessada em comprar a ANA

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Foto: Rui Gaudêncio

A empresa argentina Corporación América declarou estar interessada em adquirir a ANA-Aeroportos de Portugal, indica um comunicado hoje enviado às redacções.

A Corporación América tem mantido “uma intensa agenda de contactos” nas últimas semanas em Portugal, visando adquirir uma “posição de controlo no capital” da concessionária dos aeroportos portugueses. Um grupo de jornalistas portugueses foi convidado a visitar a empresa na próxima semana.

“A holding de capitais argentinos, responsável pela gestão de mais de 50 aeroportos na América Latina, na Europa e na Ásia, está a desenvolver as diligências necessárias que lhe permitirão, nos timings definidos pelo Governo português, apresentar uma proposta de compra da ANA”, lê-se no comunicado.

A privatização da ANA está prevista no memorando de entendimento assinado entre Portugal e a troika.

Além da Corporación América, conhecem-se já vários interessados na privatização da ANA. É o caso da concessionária de auto-estradas Brisa, que formou um consórcio com a brasileira CCR com este fim, e também da construtora Teixeira Duarte, em consórcio com a espanhola Ferrovial.

A brasileira Odebrecht, que actua na construção, energia e infra-estruturas, também está na corrida. E esta semana o empresário colombo-brasileiro Gérman Efromovich, interessado na TAP, admitiu esta semana ao PÚBLICO que também poderá concorrer à ANA através de parcerias com outras empresas.

O processo de privatização será precedido por uma concessão. O Governo pretende contabilizar as receitas da concessão para abater ao défice deste ano. As autoridades estatísticas da Comissão Europeia têm manifestado dúvidas quanto a este mecanismo. Os proveitos de uma privatização directa só teriam efeitos sobre a dívida pública.

O Governo prevê obter uma receita equivalente a 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB), perto de mil milhões de euros, com a concessão da ANA. O processo de privatização da ANA, que está a ser conduzido pela secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque, terá de estar concluído antes do final deste ano.

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