BCE mantém taxa de juro no mínimo histórico

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Mario Draghi, presidente do BCE Johannes Eisele/AFP

O Banco Central Europeu (BCE) decidiu nesta quinta-feira manter inalterada a taxa de juro de referência, num mínimo histórico de 0,75%. É uma decisão esperada nos mercados financeiros, numa altura em que a autoridade estará a observar o alcance das últimas decisões de política monetária.

A decisão foi tomada na reunião do Conselho de Governadores do BCE, na Eslovénia.

Pela segunda vez consecutiva, a autoridade monetária europeia deixa a taxa de juro que é aplicada às operações principais de refinanciamento em 0,75%. Em Julho, colocou-a neste mínimo histórico e, na reunião seguinte, em Setembro, não mexeu na taxa.

Assim, o BCE mantém o preço do dinheiro num mínimo que foi incorporado nos últimos meses pelas taxas Euribor, que servem de referência ao crédito à habitação, por exemplo.

Também a taxa de juro do instrumento permanente de cedência de liquidez se mantém em 1,5%. E a taxa do instrumento de facilidade permanente de depósitos permanece inalterado, oferecendo uma remuneração nula (0%), para incentivar os bancos a colocar dinheiro fora do BCE.

O presidente do banco central, Mario Draghi, vai entretanto explicar esta decisão. Mas, ao contrário da última vez que falou a seguir à reunião de governadores, não é esperado que anuncie mais medidas de injecção de liquidez.

O BCE estará ainda a medir o efeito do programa ilimitado de compra de dívida soberana no mercado secundário (de revenda de títulos de dívida) com um prazo máximo de três anos. O plano foi detalhado a 6 de Setembro por Mario Draghi, naquilo a que antecipara ser uma medida destinada a salvar a moeda única.

Nessa altura, explicou qual a condição para o BCE comprar Obrigações do Tesouro dos países da zona euro que estão sob pressão dos mercados, com o custo do financiamento nos mercados em alta. O BCE só intervirá, ou seja, comprará dívida pública de um país, se esse país estiver a cumprir um programa de ajustamento supervisionado por uma troika, nos mesmos termos em que estão a ser conduzidos os resgates a Portugal, à Grécia ou à Irlanda.

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