Polícia e voluntários procuram menina de cinco anos que desapareceu no País de Gales

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Polícia de Dyfed-Powys/Reuters

Por toda a cidade de Machynlleth, no País de Gales, há cartazes com o rosto de April Jones. A menina de cinco anos estava a brincar na rua, na segunda-feira, quando desapareceu. A polícia e centenas de voluntários estão à sua procura. A mãe, Coral Jones lançou hoje um apelo: “Estamos desesperados por qualquer notícia. Por favor, ajudem a encontrá-la.”

Não é só em Machynlleth, uma pequena cidade de cerca de 2000 habitantes no centro do País de Gales, que o rosto de April é visto por toda a parte. O seu desaparecimento está a emocionar o Reino Unido e vários jornais britânicos mostraram fotografias da menina e estão a acompanhar as buscas.

Sabe-se que April Jones estava a andar de bicicleta e a brincar na rua quando alguns amigos a viram entrar num veículo. Era final da tarde, cerca das 19 horas, e a menina nunca mais foi vista. “Já passaram 36 horas desde que a levaram de nós, haverá alguém que saiba onde estava e que possa ajudar a polícia a encontrá-la”, disse nesta quarta-feira a mãe, num apelo emocionado transmitido pela televisão, ao lado do avô de April, Dai Smith. “Estamos desesperados por quaisquer notícias. April só tem cinco anos, por favor ajudem-nos a encontrá-la”.

A menina vestia um casaco de cor púrpura, o pólo branco da escola e uma calças pretas quando desapareceu. As primeiras investigações da polícia conduziram a um suspeito, Mark Bridger, de 46 anos, um antigo militar e socorrista de 46 anos que foi detido para interrogatório na tarde de sexta-feira.

Para além de terem feito um apelo para que sejam dadas mais informações sobre Bridger, as autoridades divulgaram a sua fotografia, e também a fotografia de um veículo Land Rover azul para o qual a menina terá entrado naquele dia.

A investigação da polícia passa agora por buscas no local, e por conversas com as crianças que estiveram com April na altura do seu desaparecimento, mas “entrevistar crianças que são testemunhas é um processo delicado e difícil”, admitiu o superintendente Reg Bevan, da esquadra de polícia da região de Dyfed-Powys, onde fica Machynlleth.

Um caso que faz recordar “Maddie

Para além da polícia, centenas de moradores fizeram buscas na região, e na imprensa britânica o desaparecimento de April está a ter um enorme destaque, tal como aconteceu com o desaparecimento de Maddie McCann em 2007, quando passava férias com a família no Algarve.

As buscas continuaram nesta quarta-feira com várias equipas especializadas, apoiadas por cães, para além de guardas florestais e de membros da protecção civil que têm calcorreado as margens do rio Dyfi à procura de alguma pista. Desta vez, as autoridades agradeceram o apoio dos voluntários, sobretudo moradores na região, mas pediram que deixassem os agentes “mais treinados e experientes” fazerem o seu trabalho.

Na terça-feira a polícia inspeccionou vários veículos e imagens de câmaras de vigilância, e hoje começou a interrogar o único suspeito detido, que mora próximo da família de April há mais de 20 anos, foi soldado, é pai de três filhos entre os 10 e os 20 anos e tem um veículo como o que foi descrito por algumas testemunhas.

A polícia está ainda à procura do Land Rover para o qual April terá entrado. Sentou-se no banco do condutor, segundo responsáveis da polícia citados pelo Guardian. Depois o veículo arrancou, e não voltou a ser visto.

Nas redes sociais há agora dezenas de milhares de mensagens sobre o desaparecimento de April. Para além de interrogar Mark Bridger, a polícia está também a identificar pessoas referenciadas como pedófilos na região. E as buscas continuam e centram-se agora nas margens e no estuário do rio Dyfi, onde a polícia procura com barcos pneumáticos por vestígios de April.

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