The Portrait ID, um álbum de retratos do século XX
Rita Trindade e Sara Gracioso estão à procura de fotografias de pessoas desconhecidas para criarem uma base de dados virtual. The Portrait ID quer ser um álbum de retratos vintage
As fotografias antigas, a preto e branco ou com as cores esbatidas, já não precisam de ficar em caixas nas prateleiras mais altas da garagem ou perdidas em álbuns que ninguém folheia. As meninas do The Portrait ID querem fazer uma base de dados de retratos vintage e procuram colaborações de todo o mundo, apesar de para já se estarem a cingir a Portugal.
Rita Trindade e Sara Gracioso, duas designers de moda de 23 anos, sempre gostaram de fotografia de retrato “pelo que ela representa de um tempo, das suas características, do guarda-roupa e do ambiente”. Há cerca de um ano, numa conversa em casa de Sara, acharam engraçado pensar num projecto “que abrangesse retratos de famílias portuguesas” e partiram para a criação de um tumblr.
“Na Internet temos acesso a alguns retratos pessoais e de pessoas conhecidas, celebridades”, explica Rita que, quando trabalhou no guarda-roupa do filme “As Linhas de Wellington”, se apercebeu da falta de fotografias de pessoas comuns, de imagens que contem como se vivia noutra época.
Salvaguardar património
“Podemos considerar isto como uma questão de património, uma vez que todas as fotos são particulares. No fundo, se salvaguardarmos este património e o divulgarmos será muito melhor para nós e para a sociedade em geral”, aponta Rita.
Qualquer pessoa pode fazer chegar retratos antigos à caixa de correio electrónico do The Portrait ID, desde que as fotografias sejam do século XX. Sara e Rita querem poder comparar os contextos e os costumes das pessoas retratadas, assim como as diferenças entre Norte e Sul, litoral e interior. Por agora só receberam contributos portugueses (vê a galeria), mas querem ter um espólio internacional.
Como o blogue não vai de encontro aos seus objectivos, as duas amigas estão a “fazer um site mais organizado, mais sólido, com uma imagem mais forte, de forma a que a informação se espalhe e consiga chegar a mais pessoas”.
Uma exposição está nos planos das duas designers, ainda que nada esteja, ainda, definido. “Até à data ainda não temos registos suficientes para uma exposição, ou registos que abranjam todas as décadas e outros países, mas o nosso objectivo é levar o projecto além do meio virtual."
