PS desafia Passos Coelho a dizer se também considera empresários portugueses “ignorantes”

O deputado socialista Miguel Laranjeiro desafiou este sábado o primeiro-ministro a esclarecer “se subscreve ou não” as declarações do consultor do Governo António Borges, que classificou de “ignorantes” os empresários que criticaram a redução da Taxa Social Única (TSU).

“Fica um desafio no ar relativamente ao primeiro-ministro: subscreve estas declarações ou não do seu conselheiro? Porque é importante perceber se temos um Governo que está preocupado e próximo dos portugueses, dos trabalhadores e dos empresários, porque esta é uma declaração absolutamente incompreensível”, afirmou Laranjeiro em declarações à agência Lusa.

O consultor do Governo para as privatizações, António Borges, defendeu este sábado durante o I Fórum Empresarial do Algarve que a TSU é uma medida “inteligente” e acusou os empresários que a criticaram de serem “ignorantes”.

“Que a medida é extremamente inteligente, acho que é. Que os empresários que se apresentaram contra a medida são completamente ignorantes, não passariam do primeiro ano do meu curso na faculdade, isso não tenham dúvidas”, afirmou.

Para os socialistas, as declarações de Borges são “inadmissíveis e inaceitáveis” e “demonstram uma insensibilidade social por parte do Governo” já anteriormente evidenciada “com o primeiro-ministro, com o ministro das Finanças e, agora, com o consultor António Borges”.

Segundo Miguel Laranjeiro, “entende-se agora que a medida só caiu porque o país, os trabalhadores, os sindicatos e os parceiros sociais se colocaram à frente do Governo”.

“Quer pelas declarações de hoje do dr. António Borges, quer pelas declarações recentes do primeiro-ministro se percebe que o recuo não é por chegarem à conclusão que era uma má medida, como todos os economistas e parceiros apontavam, mas porque o país se colocou à frente do Governo na rejeição de uma medida injusta e iníqua”, sublinhou.

Para o PS, “o primeiro-ministro está distante e isolado da sociedade portuguesa e, agora, também dos empresários, a quem, com o seu consultor, chama incompetentes e diz que reprovariam no primeiro ano da faculdade”.

“Isso não é linguagem, por um lado, a ser utilizada por membros do Governo ou ministros sombra e não ajuda nada a resolver os problemas que Portugal enfrenta neste momento”, concluiu Laranjeiro.

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