Corte de verbas do Estado põe em risco hospital da Fundação Aurélio Amaro Diniz

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Hospital tem 170 trabalhadores Foto: DR

O futuro do hospital da Fundação Aurélio Amaro Diniz (FAAD), que serve utentes dos concelhos de Oliveira do Hospital, Tábua e Arganil, está ameaçado. A administração contesta a redução da verba contratualizada com o Estado e avisa que os cortes vão comprometer o normal funcionamento da instituição a partir de Outubro.

“Tem de prevalecer o bom senso”, disse nesta terça-feira à Lusa o presidente da FAAD, Álvaro Herdade, revelando que o conselho de administração vai reunir-se com a Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro na quarta-feira para debater o assunto.

Segundo Álvaro Herdade, a ARS decidiu reduzir a verba contratualizada para este ano de 3,7 milhões de euros para três milhões.

O médico disse que esteve hoje em contacto telefónico com a ARS, presidida pelo também médico José Tereso, a fim de encontrarem uma solução negociada. Ficou marcada para quarta-feira uma reunião na sede da ARS-Centro, em Coimbra, faltando ainda definir a hora do encontro.

Caso a ARS não reveja a sua decisão, o hospital da FAAD, uma instituição particular de solidariedade social (IPSS) situada em Oliveira do Hospital, no distrito de Coimbra, deverá “parar a actividade cirúrgica por completo”.

Limite de facturação anual atingido em nove meses

Só nos primeiros nove meses do ano, o hospital já quase atingiu o novo limite máximo de facturação fixado pela ARS. A administração prevê que outros serviços venham a ser prejudicados, como os internamentos, análises e meios complementares de diagnóstico.

A redução da facturação anual “não faz sentido nenhum”, diz Álvaro Herdade. “Vai ficar tudo mais caro para os utentes e para o próprio erário público”, acrescentou.

O presidente da fundação alertou para os incómodos e custos acrescidos para as pessoas que tiverem de procurar os mesmos cuidados de saúde noutros hospitais, públicos ou privados, longe das suas terras de origem.

“Temos uma gestão muito eficiente. O mesmo serviço, realizado por nós, custa menos de dois terços”, assegurou.

Na sequência da última reunião com a ARS, realizada na sexta-feira, a administração da FAAD explicou no dia seguinte a actual situação financeira aos 170 trabalhadores, bem como ao corpo clínico, constituído maioritariamente por médicos sem vínculo à instituição.

A agência Lusa tentou obter a posição da Administração Regional de Saúde, o que não foi possível até ao momento.

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