Presidente da CIP defende redução da TSU mas recusa modelo do Governo

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António Saraiva acredita que continuará a haver um Governo de maioria parlamentar Foto: Daniel Rocha

O presidente da CIP defendeu hoje a redução da Taxa Social Única (TSU) como “factor de competitividade” para as empresas exportadoras e não através do modelo anunciado pelo primeiro-ministro, que considerou “errado” e gerador de um “tsunami” social.

Em declarações aos jornalistas no final de uma audiência com o Presidente da República, António Saraiva disse estar “convicto” de que “há forma de, em sede de concertação social, se encontrarem modos diferentes, modelação diferente, para esta redução da TSU”, lembrando já ter solicitado também uma audiência ao primeiro-ministro.

O líder da CIP disse defender a redução da TSU “como factor de competitividade das empresas, principalmente das que estão expostas ao mercado internacional, que exportam” e ligadas ao sector do turismo, mas frisou não entender que essa redução “seja feita como o senhor primeiro-ministro anunciou, aumentando os encargos dos trabalhadores para a Segurança Social em mais de sete” pontos percentuais.

“O Governo deve retirar ilações do que a comunicação e a forma errada como foi feita provocaram, na nossa perspectiva, quer em termos sociais, quer em termos políticos”, advogou, acrescentando mais à frente que é preciso “encontrar uma compensação diferente que não provoque este ‘tsunami’ que acabou por provocar”.

O “patrão dos patrões” sublinhou ainda que, numa situação de crise e de assistência externa, o Governo português deve ter “cuidados acrescidos” no que respeita às crises sociais e políticas e que deve preocupar-se com “a manutenção do diálogo social”, criticando que os parceiros não tenham sido previamente avisados sobre as medidas anunciadas por Passos Coelho.

“Estou convencido de que os partidos saberão encontrar caminhos para manter um Governo de maioria parlamentar, a confiança internacional que temos de manter é fundamental”, afirmou, pedindo “sensatez e bom senso”.

António Saraiva disse ter prontas várias propostas para apresentar ao Governo, mas rejeitou avançar com qualquer uma delas aos jornalistas.

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