Espanha injecta entre 4000 milhões e 5000 milhões de euros no BFA-Bankia no dia 14

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Foto: Juan Medina/ Reuters (arquivo)

O Estado espanhol, através do Fundo de Reestruturação Ordenada Bancária (FROB), deverá injectar este mês entre 4000 milhões e 5000 milhões de euros no grupo BFA-Bankia, numa operação que será anunciada “nas próximas horas”, disse o ministro da Economia.

Luis de Guindos disse à rádio Onda Cero que a injecção será concretizada a 14 de Setembro e pretende antecipar a ajuda financeira europeia de até 100 mil milhões de euros para a recapitalização da banca espanhola.

Segundo explicou, em meados deste mês deverão ser conhecidas as avaliações das consultoras que realizaram auditorias ao sector financeiro espanhol e que determinarão o volume total de fundos europeus que serão necessários. “O dinheiro estará disponível no final de Outubro ou início de Novembro”, explicou.

Até lá, e para responder à situação financeira complexa do grupo BFA-Bankia, o FROB deverá subscrever com dívida pública uma ampliação de capital no BFA, holding do Bankia, numa operação que a comissão directiva do FROB aprova na próxima semana.

Na sexta-feira o FROB confirmou, em comunicado, que vai realizar uma injecção de capital imediata no Bankia, sem esperar pelos fundos europeus, perante os resultados fortemente negativos da entidade no primeiro semestre do ano.

Aquela entidade registou perdas de 4448 milhões de euros no primeiro semestre do ano, tendo o Banco Financiero y de Ahorros (BFA) acumulado perdas de 2807 milhões de euros, segundo dados remetidos ao regulador.

Fuga de depósitos

A empresa, actualmente controlada em 100% pelo Fundo de Reestruturação Ordenada Bancária (FROB), atribui as perdas às dotações e provisões realizadas, que ascenderam a 7500 milhões de euros (na Bankia) e alcançaram os 8700 milhões de euros (BFA) no primeiro semestre.

Os resultados do BFA registam ainda um impacto de 6908 milhões de euros, correspondentes a perdas pela deterioração dos activos financeiros.

Os dados confirmam também que a crise de confiança em torno da nacionalização da Bankia levou a que registasse uma intensa fuga de depósitos, que até ao final de Julho ascendeu a 6921 milhões de euros. Só em contas correntes e de poupança, a Bankia perdeu 3268 milhões de euros, e em depósitos “à vista” um total de 6388 milhões de euros.

A Bankia, nacionalizada em Maio, pediu uma ajuda pública total de 24 mil milhões de euros, dos quais ainda tem a receber do Estado 19 mil milhões.

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