JSD quer mini jobs para estudantes e desempregados

Duarte Marques, líder da JSD, quer um modelo de novos recibos para que estudantes e desempregados possam trabalhar "algumas horas por semana"

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A proposta é criar um modelo de novos recibos, chamados mini jobs Rui Gaudêncio

O líder da Juventude Social-Democrata defendeu uma reforma da rede do ensino superior e anunciou que em breve proporá ao Governo a criação de "um novo modelo de recibos" para promover mini jobs (mini-empregos) para estudantes universitários. Numa intervenção no encerramento da Universidade de Verão do PSD, em Castelo de Vide, Duarte Marques dirigiu-se ao primeiro-ministro e presidente do partido, Passos Coelho, presente na sala, para lhe pedir mais "coragem" em relação ao ensino superior, sublinhando a necessidade de reformar a rede de escolas.


"É impensável continuar a ter num eixo de 100 quilómetros três politécnicos repetindo todos os mesmos cursos, quando cada um poderia ter a sua especialidade e serem melhores e competirem com os melhores", afirmou, insistindo na necessidade de adequar o ensino superior ao mercado de trabalho e de "lutar contra os direitos adquiridos" que impedem, ns sua opinião, o fecho de cursos e cadeiras "que já não fazem sentido".


Duarte Marques defendeu ainda que é preciso ter "também a coragem de baixar as vagas em cursos sem saída profissional". Por fim, pediu ainda "o empenho" do primeiro-ministro para que não haja estudantes com direito a acção social escolar com as bolsas por pagar no final do ano.

 O líder da JSD anunciou depois que em breve esta estrutura apresentará uma proposta ao Governo que tem como objectivo promover a experiência profissional entre os estudantes do ensino superior.

  

Fugir à burocracia

Segundo Duarte Marques, a proposta é "criar um modelo de novos recibos, chamados mini jobs, para que os estudantes possam, e outras pessoas que estão desempregadas, trabalhar algumas horas por semana", mas sem "a grande carga burocrática e fiscal" que "muitas vezes afasta muita gente e alimenta a economia paralela".


"Não podemos continuar a ter um país em que apenas 5% dos jovens que concluíram o ensino superior já tiveram uma experiência profissional. Trabalhar não é vergonha para ninguém, é uma grande honra e ajuda a preparar-nos para futuro que aí vem", afirmou.


O líder considerou ainda que este Governo apresentou "o melhor programa de combate ao desemprego jovem que este país já conheceu" e pediu "a todos os partidos e agentes" que "se empenhem neste programa [Impulso Jovem]", porque disso depende "o sucesso de uma geração".


O presidente da JSD pediu ainda a Passos Coelho que o próximo ano "seja de continuidade" e lamentou que o PS, que negociou o acordo da ajuda externa, ande agora "a apelar à desobediência à troika".


No encerramento da Universidade de Verão do PSD, além de Passos Coelho, esteve ainda presente o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, e vários secretários de Estado.

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